Linha de Base (Baseline)

Desenho de gráfico em que uma mão desloca um dos resultados.

A Linha de Base (baseline) é o nível de desempenho médio de um processo os sistema no momento inicial e serve de referência para avaliar o ganho obtido. É a referência que permite quantificar a melhoria. Ou, de outro modo, é o resultado das medidas feitas antes de uma intervenção, permitindo comparar e avaliar o efeito das ações tomadas. Afinal, sem conhecer a situação inicial é difícil determinar o progresso alcançado.

Por que não se fala em ponto de partida, mas em linha de base?

Porque, devido às oscilações dos processos, é difícil determinar um único ponto representativo da realidade. A baseline deve ser fruto de no mínimo cinco medidas [1], para maior certeza de que não se trata de uma condição atípica decorrente de variações naturais ou um fenômeno aleatório.

A melhor maneira de determinar a linha de base é usar a Linha Central do gráfico XmR do processo, que leva em conta os resultados de um período.

Exemplo de Gráfico XmR – A Linha de Base corresponde à Linha Central.

“Linha de base é um retrato da situação existente no momento inicial e que serve de referência para avaliar o progresso obtido”.

A determinação correta da baseline é particularmente importante nos casos em que o processo é irreversível, como o ganho de experiência de um grupo  profissional, por exemplo.

Atenção

  • Para determinar a linha de base de um indicador sujeito a sazonalidades, é importante dessazonalizar os dados.

Se a meta é o ponto de chegada, a “linha de base” (baseline) é a situação de partida. Não faz sentido desenvolver um plano de ações se não soubermos onde estamos e para onde queremos ir. — dlb

Referência

1. Stacey Barr. How to Set a KPI Baseline to Monitor Improvement. January 10, 2018.

Post de novembro/20, atualizado em fevereiro/24

Controle Estatístico de Processos – O nome impressiona, mas é simples e útil

Quando os resultados pioram, seja o PIB, seja a inflação, a tendência dos governos é de colocar a culpa no ambiente externo, no clima ou na crise mundial. Na verdade, não só os governos se comportam assim. Isso faz parte da natureza humana.
E, pior, muitas vezes procuramos responsáveis por resultados que não foram verdadeiramente melhores ou piores que no período anterior.

O que é o CEP

Do mesmo modo que há pequenas variações no sabor dos bolos ou churrascos, ainda que preparados pela mesma pessoa, todos os processos têm alguma variação natural e inerente.

Então, se o resultado de um indicador é um pouco melhor ou pior que no momento anterior, isso não indica, necessariamente, que o processo melhorou ou piorou.

Explicando: os processos têm uma variação natural, portanto, mesmo processos estáveis apresentam variações para mais e para menos em uma determinada faixa, ainda que não haja qualquer ação ou efeito externo.
Apenas resultados superiores ou inferiores a essa faixa normal de variação merecem ser analisados para identificar a causa da mudança.

Mas, muitas vezes, levados por resultados que estão dentro da faixa normal de variação, tendemos a atuar de forma indevida no processo, provocando sua piora ou o desperdício de recursos.

A dificuldade do gestor é distinguir o que é uma variação normal, que deve ser ignorada,  de uma  mudança real que exige a correção do processo.

Embora esses sinais às vezes sejam facilmente percebidos, como quando ocorre um erro humano ou uma alteração nas características da matéria prima, na maioria dos casos não é evidente. Por exemplo, as decorrentes de desgaste de equipamentos ou da substituição de pessoas sem o treinamento adequado, em que o desempenho do processo ou as características dos produtos pioram paulatinamente.

Uma técnica eficaz para distinguir os ruídos dos sinais que indicam problemas é o uso do Controle Estatístico de Processo (CEP).

Essa abordagem, mais científica, pode trazer grandes ganhos às organizações.

Quando alguém com cerca de 72 kg deseja controlar seu peso e sobe na balança todo dia, no mesmo horário, pode observar medidas como as da tabela adiante.

Momento Dia 1 Dia 2 Dia 3 Dia 4 Dia 5 Dia 6
Peso, kg 72,3 72,5 72,1 71,8 72,3 71,9

Ao pesar 72,5 kg, a pessoa não decidiria iniciar imediatamente uma dieta. Ela sabe que pequenas variações são normais e não representam descontrole no peso.

Entretanto essa mesma pessoa, ao observar o indicador mensal de rotatividade em sua empresa – com números similares – sente-se na obrigação de “tomar uma ação” se o resultado do indicador se elevou um pouco.

Por quê isso acontece? Porque com seu peso ela já tem sensibilidade sobre quais variações podem ser consideradas normais, mas o mesmo não acontece na medida do absenteísmo.

Essas variações naturais, típicas de um processo ou sistema, são denominadas de ruídos. Portanto, são diferentes de valores que sinalizam algum tipo de problema; no exemplo, um aumento ou uma diminuição do peso que pudesse justificar uma dieta ou atenção médica.

Carta de Controle – CEP

A carta de controle é um gráfico constituído por uma linha horizontal, central, que representa a média dos valores medidos de uma característica. Acima e abaixo, simetricamente a linha central, são colocados duas linhas que, de forma calculada, delimitam os valores considerados normais, de acordo com uma probabilidade de ocorrência. Os valores que ocorrem em tomo da média, dentro dos limites, superior e inferior, tem variações aleatórias produzidas por múltiplas causas, variações essas que somente poderão ser reduzidas se o processo for modificado (Variação Crônica). Valores fora dos limites mostram que houve uma causa preponderante para as suas ocorrências, que pode ser descoberta e corrigida (Variação Esporádica).

Lembram do livro “Alice no País das Maravilhas”?  a menina tomava o líquido de um vidrinho e crescia; tomava de outro e diminuía. Voltava a tomar do primeiro e crescia novamente. Nós não vivemos em um mundo mágico. Vivemos em um mundo regido pela estatística. Então, quando temos variações de crescimento e redução em uma série de dados, temos duas situações: os dados não foram bem colhidos e temos um problema de representatividade ou as variações são pequenos para cima e para baixo indicando que se trata de um processo estável e sob controle.

Referências

1. Campos, Vicente Falconi, TQC Controle da Qualidade Total: no estilo japonês, Belo Horizonte, Editora de Desenvolvimento Gerencial, 1999.

2. Wheeler, Donald J. Understanding Variation: The key to managing chaos. SPC Press, Inc. Tenesse. 1993.

3. Siqueira, Luiz G. P. Controle Estatí­stico do Processo. Pioneira. São Paulo. 1997.

Serviço: A Bachmann & Associados oferece serviço de consultoria, ajudando sua equipe a construir e usar Gráficos de Controle (CEP) de modo fácil e prático.