Ao analisar dados devemos levar em conta os números mas, também, o contexto em que eles foram colhidos e as caracterÃsticas dos processos e das pessoas que serão impactadas pelo resultado da análise. Devemos buscar uma visão abrangente, incluindo aspectos técnicos, humanos e, por vezes, até polÃticos. Um alerta sábio sobre os cuidados que devemos ter nas análises foi dado pelo general Donald Rumsfeld.
Existem conhecidos conhecidos. Estas são coisas que sabemos que sabemos. Existem desconhecidos conhecidos. Ou seja, há coisas que sabemos que não sabemos. Mas também há desconhecidos desconhecidos. Coisas que não sabemos que não sabemos. – Donald Rumsfeld
Dois exemplos. Uma rotatividade de 50% em uma equipe de 4 pessoas é diferente do mesmo resultado em um time de 150. Enquanto no primeiro caso uma situação fortuita pode ter definido o resultado, no segundo está bem clara a existência de um problema estrutural.
Quando o repórter da TV, nas tradicionais reportagens de comparação de preço de materiais escolares feitas no inÃcio de cada ano letivo, lança a manchete “Materiais escolares têm mais de 200% de diferença de preço entre lojasâ€, ele não comenta que isso acontece com as borrachas e lápis, que têm um custo unitário muito baixo. Assim, se em um lugar custa R$1,00 e em outro R$2,50, ele aponta a variação de 250%. É claro que isso raramente acontece na mesma proporção em produtos de maior custo.
Portanto, quem analisa dados tem a obrigação de considerar e referenciar o contexto, de modo a apresentar conclusões consistentes e com credibilidade.