A Mão Invisível

Comentários sobre o livro

Uma ótima lição de economia.

O autor, Adam Smith, foi um pioneiro da economia política e um dos principais ideólogos do liberalismo. Conhecido como o pai da economia, era, antes de tudo, filósofo e humanista.

Ele resume a essência de seu pensamento liberal sobre a influência do indivíduo na economia com as seguintes palavras: “Ao perseguir seu próprio interesse, esse indivíduo frequentemente promove o interesse da sociedade de forma mais efetiva do que se realmente tivesse a intenção de promovê-lo.”

Por meio de comparações interessantes, Smith reconhece que as pessoas, ao nascerem, são semelhantes em sua capacidade. Mas, por força dos diferentes caminhos, acabam criando habilidades que são úteis uns para os outros.

Alguns trechos que sintetizam suas ideias.

“A divisão do trabalho, quando pode ser implementada, acarreta, em cada ofício, um incremento proporcional da capacidade produtiva. Aquilo que constitui o trabalho de um único homem numa sociedade em estágio rudimentar é normalmente dividido entre vários numa mais desenvolvida.”

“É a grande multiplicação nas produções de todos os diferentes ofícios, em consequência da divisão do trabalho, que propicia, numa sociedade bem governada, que a riqueza universal se estenda até as classes mais baixas do povo.”

“Se contemplarmos apenas as ações do agricultor no tempo da semeadura”, diz, “quando ele desperdiça tanto cereal bom dentro do solo, nós o teríamos mais como um louco do que como um agricultor. Mas quando avaliarmos seu trabalho na colheita, que é a finalidade de seus esforços, vamos ver o valor e o grande incremento que suas ações propiciam.”

“Ao preferir dar suporte à indústria doméstica e não à estrangeira, ele tem em vista apenas sua própria segurança; e ao direcionar essa indústria de tal maneira que seu produto possa ser do maior valor possível, ele tenciona apenas seu próprio ganho, e nisso é, como em muitos outros casos, conduzido por uma mão invisível para produzir um desfecho que não faz parte de sua intenção”.

“Em cada país, sempre é e deve ser do interesse da maioria do povo comprar o que quer que deseje daqueles que o vendem mais barato. Essa proposição é tão evidente que parece ridículo fazer qualquer esforço para prová-la; nem poderia jamais ter sido questionada, não tivesse a sofística interesseira de comerciantes e manufatores confundido o bom senso da humanidade.”

Em resumo, o livro é uma ótima lição de economia, com uma visão interessante e bem sustentada com ótimos exemplos da história. Deveria ser leitura obrigatória para todos os alunos de economia e jornalistas que cobrem o tema.

Considerações

Antes da leitura, é útil saber que “Em 1751, Smith foi nomeado professor de Lógica na Universidade de Glasgow, passando, no ano seguinte, a dar a cadeira de Filosofia Moral. Nas suas aulas, cobria os campos da ética, retórica, jurisprudência e política econômica ou ainda “política e rendimento”. (Informações da Wikipédia)

Também é importante notar que a realidade do comércio internacional e da relação de beligerância entre países na época (1776) em que o livro foi escrito, e dá o contexto, embora diferente da atual, não desqualifica a lógica do autor em suas observações sobre o funcionamento da economia.

Outro aspecto a observar é que a moeda de referência entre países era a prata ou a moeda-ouro. O dólar ainda não havia dominado o mercado internacional.

O livro

Smith, Adam. A Mão Invisível. Tradução de Paulo Geiger. Companhia das Letras. 2013.

Notas:

O livro reproduz os capítulos fundamentais da obra maior de Adam Smith (An Inquiry into the Nature and Causes of the Wealth of Nations, mais conhecido como A Riqueza das Nações).

Recomendo também a leitura do capítulo IV (Of the Origin and Use of Money) do livro completo. A versão em inglês está disponível para download gratuito pelo Projeto Gutenberg, em www.gutenberg.org.

Um texto da Gazeta do Povo sobre Adam Smith e suas ideias.

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