How to lie with statistics

Capa do livro.

Este livro é um clássico e, por ser muito citado, há tempos queria ler.

Na verdade, esperava um livro bastante técnico, mas fui surpreendido com um texto leve e com histórias interessantes.

Em sua defesa para a publicação das formas como a estatística é usada para distorcer as informações, o autor afirma que os bandidos já conhecem esses truques; pessoas honestas devem aprendê-las em legítima defesa.

O texto critica fortemente a qualidade das amostras usadas nas pesquisas de opinião.

Além de interessante, o livro é útil para despertar o senso crítico tanto de analistas de dados quanto do cidadão comum que se informa por meio da leitura e da televisão. Veja, adiante, algumas considerações do autor:

  • O uso de figuras, em substituição às barras, no clássico gráfico de barras, distorce a informação, pois mesmo quando a altura é proporcional às das barras, quase sempre cria uma percepção diferente, devido à noção que temos das áreas e dos volumes das figuras.
  • Existem muitas maneiras de expressar qualquer resultado. Você pode, por exemplo, expressar exatamente o mesmo fato, chamando-o de um retorno de vendas de um por cento, um retorno de investimento de quinze por cento, um lucro de dez milhões de dólares, um aumento de lucros de quarenta por cento (comparativamente à média de 1935-39), ou uma diminuição de sessenta por cento em relação ao ano anterior.  O truque é escolher o que soa melhor para o objetivo em questão e confiar que poucos que o lerem reconhecerão o quão imperfeitamente reflete a situação.
  • Um tipo comum de correlação é aquele em que a relação é real, mas não é possível ter certeza de qual das variáveis ​​é a causa e qual o efeito.  Em alguns desses casos, causa e efeito podem mudar de lugar de tempos em tempos. Ou, de fato, ambos podem ser causa e efeito ao mesmo tempo.  Uma correlação entre renda e propriedade de ações pode ser desse tipo.
  • Permitir que o tratamento estatístico e a presença hipnótica de números e pontos decimais seja incompreensível para as relações causais é pouco melhor que a superstição. E muitas vezes é mais seriamente enganador. É como a convicção entre o povo de Vanuatu que o piolho no corpo produz boa saúde. A observação ao longo dos séculos ensinou-lhes que as pessoas de boa saúde geralmente tinham piolhos, enquanto os doentes muitas vezes não. A observação em si foi precisa e correta, pois ocorreram ao longo de muitos anos. Daí a conclusão a que essas pessoas primitivas tiraram de suas evidências: os piolhos tornam um homem saudável. Todo mundo deveria tê-los.

Nota; O e-book está disponível para download gratuito na Internet.

O livro

Huff, Darrel. How to Lie with Statistics. W. W. Norton & Company Inc. New York, 1954.

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