Comentários sobre o livro
Edward Tufte é um estatÃstico famoso pelas técnicas para apresentação de dados e informações, tendo muitas publicações sobre o tema. Neste livro ele descreve estratégias para representar movimentos, processos, mecanismos e relações de causa e efeito.
Ele mostra a evolução das representações gráficas ao longo da história e, inclusive, o provável primeiro gráfico com representação estatÃstica de distâncias, além de diversas outras curiosidades.
Tufte enfatiza que más apresentações gráficas são um problema ético. Isso não significa que ele exija realidade nas imagens, mas que qualquer distorção deve ser informada com o devido destaque. Aliás, ele até apresenta a distorção de escalas como um mecanismo válido para a análise de dados.
Para exemplificar, ele apresenta em detalhes as análises que levaram a identificar a fonte da cólera em Londres em 1854 e o acidente com o ônibus espacial Challenger, que já havia explorado no livro Beautiful Evidence. Naquela publicação, ele fez uma análise das causas básicas do acidente que provocou a explosão do ônibus espacial, matando 11 pessoas e trazendo um prejuÃzo enorme à reputação da NASA. Ainda comenta as diferentes visões e explicações dos administradores, psicólogos e engenheiros que tentaram explicar os fatos que levaram à catástrofe.
Destaca, ainda, que embora a sequência temporal seja a mais adequada para analisar as tendências, não é uma boa prática para a análise de relações entre variáveis. Tufte exemplifica brilhantemente essa questão com a discussão sobre um gráfico usado para investigar o acidente com a Challenger, em que os dados, plotados na sequência histórica, dificulta perceber a relação entre temperatura e falhas dos anéis de borracha (o-rings) para vedação. São exemplos interessantes que contribuem para aumentar o espÃrito crÃtico do leitor.
Alguns destaques do texto:
- Ausência de evidência não é evidência de ausência.
- Criar ilusões ou mágicas é engajar-se no design da desinformação, corromper a conexão óptica, enganar o público. Assim, as estratégias da magia determinam o que não fazer se seu objetivo é revelar a verdade, e não criar ilusões.
- Como mágicos, quem faz os gráficos revela o que deseja revelar.
- A lógica dos gráficos deve seguir a lógica da análise.
- Gráficos ruins indicam estupidez estatÃstica, assim como uma escrita pobre geralmente reflete pensamentos pobres.
- Raciocinando sobre causalidade, variações na causa devem ser explicita e mensuravelmente ligadas às variações no efeito.
- Faça todas as distinções visuais tão discretas quanto possÃvel, mas claras e efetivas. Quando tudo é enfatizado, nada é enfatizado.
- Nos gráficos, um arco-Ãris de cores confunde o que acontece com as cores com o que acontece com os dados.
Se uma imagem não vale mais que mil palavras, então não vale nada. – Ad Reinhardt
O livro
Tufte, Edward Rolf. Visual Explanations: Images and Quantities, Evidence and Narrative. Graphics Press, Connecticut, June, 2005.
Serviço: Este livro é uma leitura útil para quem tem a responsabilidade de gerar gráficos e interpretar informações,