What Do You Care What Other People Think? Further Adventures of a Curious Character.

Comentários sobre o livro

Capa do livro

O livro tem duas partes bem distintas. A primeira é uma sequência de histórias curtas, independentes, curiosas, humanas e divertidas. É emocionante, conhecer o lado humano do cientista brilhante, humilde e assustadoramente sincero.

Ele conta as influências que o tornaram um cientista, as aventuras e dificuldades da adolescência e sua relação com Arlene, sua primeira mulher e maior amor. As histórias mostram uma pessoa inteligente, sensível, persistente e, principalmente, curiosa, como devem ser todos os cientistas.

A segunda descreve sua participação no comitê presidencial que investigou o acidente com o ônibus espacial Challenger. É muito interessante, tanto pelos aspectos técnicos como pelos políticos. Mostra o impacto de seu comportamento – único membro realmente independente no comitê de investigação – na transparência e na comunicação dos resultados. Tanto que ele conclui o relatório com a frase: “Para uma tecnologia de sucesso, a realidade deve ter precedência sobre as relações públicas, pois a natureza não pode ser enganada”.

Confesso que, embora não saiba a razão, os livros do Feynman me emocionam.

Algumas frases dele no livro:

Aprendi muito cedo a diferença entre saber o nome de algo e saber algo.

Aprendi com minha mãe que as formas mais elevadas de compreensão que podemos alcançar são o riso e a compaixão humana.

Eu disse que ṇo sabia Рminha resposta para quase todas as perguntas.

O conhecimento científico é um corpo de afirmações com vários graus de certeza – algumas muito incertas, outras quase certas, mas nenhuma absolutamente certa.

Na ciência você aprende um tipo de integridade e honestidade padrão.

Gosto de um provérbio da religião budista: A cada homem é dada a chave dos portões do céu; a mesma chave abre as portas do inferno.

O que os gregos estão aprendendo na escola é ser intimidados e pensar que ficaram muito abaixo de seus super ancestrais.

Descobri que o que se passa na cabe̤a de diferentes pessoas quando elas pensam que esṭo fazendo a mesma coisa Рalgo ṭo simples como contar Р̩ diferente para pessoas diferentes.

Aprendi que os pensamentos podem ser tanto visuais quanto verbais.

O livro

Feynman, Richard R. What Do You Care What Other People Think? Further Adventures of a Curious Character. Penguin. 1988.

Visual Explanations: Images and Quantities, Evidence and Narrative

Comentários sobre o livro

Edward Tufte é um estatístico famoso pelas técnicas para apresentação de dados e informações, tendo muitas publicações sobre o tema. Neste livro ele descreve estratégias para representar movimentos, processos, mecanismos e relações de causa e efeito.

Ele mostra a evolução das representações gráficas ao longo da história e, inclusive, o provável primeiro gráfico com representação estatística de distâncias, além de diversas outras curiosidades.

Tufte enfatiza que más apresentações gráficas são um problema ético. Isso não significa que ele exija realidade nas imagens, mas que qualquer distorção deve ser informada com o devido destaque. Aliás, ele até apresenta a distorção de escalas como um mecanismo válido para a análise de dados.

Para exemplificar, ele apresenta em detalhes as análises que levaram a identificar a fonte da cólera em Londres em 1854 e o acidente com o ônibus espacial Challenger, que já havia explorado no livro Beautiful Evidence. Naquela publicação, ele fez uma análise das causas básicas do acidente que provocou a explosão do ônibus espacial, matando 11 pessoas e trazendo um prejuízo enorme à reputação da NASA. Ainda comenta as diferentes visões e explicações dos administradores, psicólogos e engenheiros que tentaram explicar os fatos que levaram à catástrofe.

Destaca, ainda, que embora a sequência temporal seja a mais adequada para analisar as tendências, não é uma boa prática para a análise de relações entre variáveis. Tufte exemplifica brilhantemente essa questão com a discussão sobre um gráfico usado para investigar o acidente com a Challenger, em que os dados, plotados na sequência histórica, dificulta perceber a relação entre temperatura e falhas dos anéis de borracha (o-rings) para vedação. São exemplos interessantes que contribuem para aumentar o espírito crítico do leitor.

Alguns destaques do texto:

  • Ausência de evidência não é evidência de ausência.
  • Criar ilusões ou mágicas é engajar-se no design da desinformação, corromper a conexão óptica, enganar o público.  Assim, as estratégias da magia determinam o que não fazer se seu objetivo é revelar a verdade, e não criar ilusões.
  • Como mágicos, quem faz os gráficos revela o que deseja revelar.
  • A lógica dos gráficos deve seguir a lógica da análise.
  • Gráficos ruins indicam estupidez estatística, assim como uma escrita pobre geralmente reflete pensamentos pobres.
  • Raciocinando sobre causalidade, variações na causa devem ser explicita e mensuravelmente ligadas às variações no efeito.
  • Faça todas as distinções visuais tão discretas quanto possível, mas claras e efetivas. Quando tudo é enfatizado, nada é enfatizado.
  • Nos gráficos, um arco-íris de cores confunde o que acontece com as cores com o que acontece com os dados.

Se uma imagem ṇo vale mais que mil palavras, enṭo ṇo vale nada. РAd Reinhardt

O livro

Tufte, Edward Rolf. Visual Explanations: Images and Quantities, Evidence and Narrative. Graphics Press, Connecticut, June, 2005.

Serviço: Este livro é uma leitura útil para quem tem a responsabilidade de gerar gráficos e interpretar informações,

As leis da simplicidade: vida, negócios, tecnologia, design.

Comentários sobre o livro

O autor, seguindo o prometido no título do livro, apresenta o que chama de “as 10 leis da simplicidade”, apresentadas por palavras chave como: reduza, organize, tempo, aprenda, diferenças, contexto, emoção, confiança, falha e “The one”. Na descrição de algumas das orientações são usados acrônimos, para facilitar a memorização das regras sugeridas.

Entretanto, no conjunto, o livro decepciona. Repete exemplos e histórias típicas de palestrantes da moda, sem oferecer uma orientação mais prática ou objetiva. Um pequeno artigo, com a listinha de regras e algumas considerações, teria sido mais interessante e útil. Seria, portanto, a opção correta se o autor seguisse suas próprias lições.

O livro

Maeda, John. As leis da simplicidade – Vida, negócios, tecnologia, design. Ed. Conceito.

Beautiful Evidence – Comentários sobre o livro

Capa do livro Beautiful Evidence

Edward Tufte é um estatístico famoso pelos trabalhos relacionados à visualização dos dados. Neste livro, de 2006, ele analisa alguns documentos, mapas, fotos, obras de arte, livros antigos – um de Galileu e outro de Newton – e até manuais policiais e relatórios de investigação de acidentes da NASA, em relação à capacidade de comunicar informações, tomando por base os Princípios do Design Analítico.

Os Princípios do Design Analítico são:

  1. Mostre comparações, contrastes e diferenças.
  2. Causas, mecanismos, estruturas e explicações.
  3. Análise multivariada.
  4. Completa integração de palavras, números, imagens e diagramas. As tabelas com números devem estar integradas ao corpo do relatório e não colocadas com anexos. Tabelas, gráficos e imagens devem estar acompanhados de textos explicativos.
  5. Documentação. Inclui as informações de autor, fontes dos dados, escalas, etc. que dão credibilidade às informações apresentadas. Ele recomenda que os trabalhos, ou as partes deles, tenham os autores identificados; não são empresas ou departamentos que produzem as coisas. Os créditos dão responsabilidade e facilitam os esclarecimentos.
  6. O mais importante é a qualidade, relevância e integridade do conteúdo. Para atender esse requisito devemos responder quais são as tarefas de raciocínio que o conteúdo se propõe a ajudar

Ele mostra exemplos de situações em que uma mesma imagem é repetida em diversas páginas de um livro, para que o leitor tenha acesso ao texto e a imagem ao mesmo tempo, facilitando o entendimento. Uma prática que ele recomenda.

Ele enfatiza que “rótulos” são dados e, portanto, podem ser úteis na área de dados de um gráfico ou figura. Mas, para evitar que a poluição atrapalhe a observação dos pontos ou das curvas de dados, pode-se destacar os pontos ou a curva com uma cor mais chamativa. Uma técnica bem sucedida nos mapas cartográficos.

Ele brinca que, ao consumirmos informações, devemos manter a mente aberta, mas não uma cabeça vazia. Também dedica um capítulo inteiro às apresentações, mostrando as inconveniências dos slides e oferecendo orientações. Ele enfatiza que apresentações Power Point não devem substituir relatórios técnicos convencionais, onde as relações de causa e efeito e as explicações são mais claras.

Os estudos controlados são prospectivos: uma possível rejeição causa-efeito é identificada, uma intervenção feita, resultados futuros observados. Em contraste, as evidências de muitos fenômenos – clima, política, geologia, economia, história da arte, negócios – vêm em grande parte de observações retrospectivas e não experimentais. Em tais estudos posteriores, pesquisadores e apresentadores têm muitas oportunidades de decidir o que conta como evidência relevante, que também são oportunidades excelentes para escolher a dedo o que é conveniente.

Listas apresentam apenas três relações lógicas:

  • Temporal (primeira, segunda, etc.)
  • Importância (mais importante, segunda mais importante, etc.)
  • Itens relacionados de algum modo; mas não especifica como.

As análises de indicadores estão, de algum modo, associadas às relações de causa e efeito.

Os princípios do design analítico derivam dos princípios do pensamento analítico. – Edward Tufte

O livro

Tufte, Edward R. Beautiful Evidence. Graphic Press LLC. USA. 2006.

Tom Peters Seminar – Crazy times call for crazy organizations

Comentários sobre o livro

Levando ao extremo o momento em que vivemos e que exige das organizações versatilidade e flexibilidade, Tom Peters, com o espírito revolucionário que o caracteriza tão bem, faz uma analogia entre como deveriam ser os organogramas das empresas e a famosa pintura “Autumn Rhythm“, do Jackson Pollock.

Mas o recado não é de buscar desorganização, apenas não deixar que o formal se superponha à necessidade de flexibilidade e liberdade para fazer as coisas acontecerem. Assim, ele ajuda a lembrar que o organograma não é a organização, mas uma ferramenta de gestão que deve ser usada e alterada para atender à missão.

O livro

PETERS, Thomas J. The Tom Peters Seminar: crazy times call for crazy organizations. 1ª ed. New York: Vintage Books, 1994. 

Microstyle – The Art of Writing Little

Comentários sobre o livro

Escrito por Christopher Johnson, um linguista que trabalhou na Lexicon Branding, empresa que criou marcas como Pentium e Blackberry, orienta sobre como escrever textos curtos, objetivos e poderosos na comunicação de ideias. Para isso, criou o conceito do microestilo (microstyle), que se refere às mensagens curtas, de apenas uma palavra, uma frase ou uma ou duas sentenças curtas.

O autor reconhece a mudança na comunicação do dia a dia, em que as redes sociais mudaram a forma de relacionamento e de troca de ideias. Agora prevalecem os textos curtos, não apenas no Twitter, que impôs o limite de comunicar ideias com menos de 140 caracteres, mas também no Facebook, no WhatsApp e em outros recursos modernos.

Segundo ele, a interação entre mensagem, mente e contexto é que faz o significado acontecer. Assim, o redator deve levar em conta todos esses aspectos. Para apresentar a estratégia do chamado microestilo, o livro conta com quatro seções: Significado, som, estrutura e contexto social.

Uma das melhores maneiras de tornar uma mensagem envolvente é fazer com que o seu leitor viva, não apenas pense no que é escrito. Afinal, vivemos situações. Para isso, uma técnica que ele recomenda é descrever uma situação em detalhes, ao invés de apenas contar. Por exemplo, não dizer apenas que o dia estava bonito, mas descrever a presença do sol, de árvores, flores, etc. para que o leitor conclua que o dia era bonito. Naturalmente, essa técnica – útil na escrita em geral, não se aplica diretamente nos microtextos.

Mas, para quem espera orientações objetivas e operacionais, o livro é decepcionante. Vários exemplos, especialmente slogans de empresas, são repetidos e outros exigem alguma cultura americana para a correta interpretação.

Justamente por isso, não espere para breve uma tradução do livro, pois é um desafio e tanto. Muitos exemplos se referem a produtos e situações típicas americanas. Pior, vários exemplos relacionados ao uso de sons são apresentados por meio de palavras em inglês, tornando a tradução do texto uma tarefa hercúlea.

Leia um trecho selecionado

How do you pack a lot of meaning into a little message? You don’t. That’s the first lesson of microstyle. A message isn’t a treasure chest full of meaning. It’s more like a key that opens doors. A message starts a mental journey, and meaning is the destination. A successful message sends people in the right direction but allows them to use their wits and the cues provided by context to get there. Keeping this in mind makes you think about how your message fits into a larger picture and points to ideas without expressing them directly. The interaction of message, mind, and context makes meaning happen”.

O livro

Johnson, Christopher. Microstyle; The art of writing little. W. W. Norton & Company. New York. 1 Ed. 2011. (Em inglês)

Post original de set/20, atualizado em jul/23.

60 Dias em Harvard – Comentários sobre o livro

O autor, Allan Costa – bastante conhecido dos paranaenses por ter sido superintendente do SEBRAE/PR e diretor presidente do CELEPAR – descreve sua experiência de 60 dias em um programa intensivo de educação executiva voltado a profissionais que ocupam cargos de alta gerência (presidência, diretoria) em grandes organizações, na mais famosa universidade do mundo na área de gestão.

O programa adota como metodologia o estudo de casos e uma das coisas mais interessantes do livro são os resumos feitos pelo autor da maioria dos casos estudados, enriquecidos com bem-humoradas opiniões pessoais.

Ele também comenta sobre alguns professores, como Kaplan, Porter e outros bastante famosos.

Uma leitura útil e agradável para gestores e para quem já fez ou deseja fazer um MBA. Particularmente interessante para quem, como eu, já fez um MBA baseado em estudo de casos (COPPEAD). Recomendo.

O livro: Costa, Allan. 60 dias em Harvard. eBook Kindle. Amazon 2017.

Serviço: O livro está disponível nas versões impressa e para download em https://www.amazon.com.br/60-Dias-Harvard-ALLAN-COSTA/dp/8558490619

The Pyramid Principle

Comentários e um pequeno resumo do livro

O livro, um clássico sobre a escrita de relatórios técnicos, foi escrito para orientar os novos profissionais da McKinsey na escrita de relatórios técnicos claros e convincentes.

Boa parte do texto ensina a analisar e resolver problemas, pois a autora percebeu que a pouca de clareza dos textos decorre, muitas vezes, da falta de compreensão sobre aquilo que o redator está escrevendo.

O livro é antigo, escrito na década de 70, tornando algumas considerações desatualizadas; mas isso não chega a tirar o mérito naquilo que a autora se propõe a fazer.

Seguem alguns conceitos apresentados no livro:

O fundamento, que dá título ao livro é o Princípio da Pirâmide – Os conteúdos devem ser apresentados da mensagem principal para as ideias que a suportam, em níveis que seguem do geral para o específico; daí a analogia com uma pirâmide.

A intenção é apresentar ideias e conclusões que se sustentam pela consistência e raciocínio, usando uma estrutura lógica (vertical e horizontal) e hierárquica, o que implica começar pelo resultado e esclarecer em seguida como ele foi obtido.

Uma ideia é uma declaração que levanta uma questão na mente do leitor porque conta alguma coisa que ele não sabe.

Ideias em qualquer nível devem sumarizar as ideias dos níveis inferiores.

As ideias devem ser agrupadas, para facilidade de interpretação do leitor, e as ideias em um grupo devem ser do mesmo tipo e precisam ficar sob um rótulo representado pelo plural de um substantivo. Exemplo: Recomendações.

As ideias, em cada grupo, devem ser colocadas em alguma ordem; entretanto a autora admite apenas quatro possibilidades lógicas:

  1. Dedutivamente (premissa mais importante, premissa complementar e, então, a conclusão).
  2. Cronologicamente (primeiro, segundo, etc.).
  3. Estruturalmente (Araucária, Curitiba, Brasília).
  4. Comparativamente (o mais importante, o segundo mais importante, etc.).

As duas únicas formas lógicas possíveis para estabelecer relações entre ideias são:

  • Dedutiva: se a=b e b=c, portanto a=c

A lógica dedutiva resulta em uma conclusão.

  • Indutiva: sorvete de abacate e sorvete de abacaxi são sorvetes de frutas.

A lógica indutiva resulta em inferência.

A dedução é sequencial, enquanto a indução não.

O nome dos tópicos de um relatório deve ser informativo. Um bloco chamado “descobertas” ou “conclusões” não ajuda o posicionamento do leitor. Uma alternativa aceitável em alguns documentos seria, por exemplo, “Próximos passos”.

As estruturas lógicas devem ser mutuamente exclusivas e coletivamente exaustivas (MECE).

  • Mutuamente exclusiva informa que não há superposição.
  • Coletivamente exaustiva indica que nada fica faltando; tudo foi incluído.

Outras dicas da autora:

  • Se a ideia defendida no texto não fica clara nos primeiros 30 segundos de leitura, o documento deve ser reescrito.
  • A introdução deve resumir apenas o que o leitor já sabe e tem como verdadeiro; deve ser uma história que o leitor já conhece. Deve mais lembrar que informar.
  • Sempre coloque os dados históricos e cronológicos na introdução.
  • Limite os conteúdos, em cada oportunidade, ao máximo de sete (Regra dos Sete), pois nossa capacidade de memorização e concatenação de ideias é limitada.
  • Nunca escreva sobre categorias, mas apenas sobre ideias.
  • Como regra geral, é melhor apresentar a ação desejada (o que o leitor deve fazer) e, depois, explicar as razões, ao menos nos níveis mais altos do documento.
  • Antes de escrever, visualize as ideias na forma de imagens. Isso ajudará a dar clareza ao texto. Uma dica é identificar os substantivos e as relações entre eles.

O livro

Minto, Bárbara. The Pyramid Principle: Logic in writing and thinking. Prentice Hall. 2016. (Em inglês).

Head First – Data analysis

Comentários sobre o livro

É quase um texto didático que aborda a análise de dados e apresenta diversas ferramentas para tornar essa atividade mais prática e eficaz, destacando os princípios fundamentais do trabalho:

  • Mostrar comparações, contrastes e diferenças.
  • Mostrar causalidade, mecanismo, explicações e estrutura sistemática.
  • Mostrar dados multivariados; ou seja, mais de uma ou duas variáveis.
  • Integrar completamente palavras, números, imagens e diagramas.
  • Descrever minuciosamente as evidências.

O texto oferece dicas sobre o uso do Excel e, também (Capítulo 9) uma introdução prática e simples ao software estatístico R, disponível gratuitamente na Internet e um dos mais usados para a análise de dados. O capítulo sobre erros é especialmente útil e didático.

Seguem alguns conceitos apresentados no livro:

  • A visualização dos dados objetiva, na maioria das vezes, facilitar comparações.
  • Como regra geral, o eixo horizontal do gráfico de dispersão representa a variável independente (a variável que imaginamos ser uma causa), e o eixo vertical a variável dependente (que imaginamos ser o efeito).
  • Uma maneira de tornar a visualização multivariada (isto é, com mais de duas variáveis) é colocar vários gráficos de dispersão de duas variáveis próximos uns dos outros, para facilitar a comparação visual.
  • Um aspecto importante da análise de dados é sua consolidação resumida por meio de médias, medianas, etc., com foco no que é importante saber para monitorar ou melhorar o processo.
  • A regressão é uma ferramenta estatística incrivelmente poderosa que, quando usada corretamente, tem a capacidade de ajudar a prever determinados valores.  Quando usada em um experimento controlado, a regressão pode realmente ajudar a prever o futuro.
  • A extrapolação é diferente da interpolação, na qual você está prevendo pontos dentro do seu intervalo de dados e para a qual a regressão é projetada. A interpolação é boa, mas você deve desconfiar da extrapolação.
  • A divisão de dados em grupos é chamada de segmentação, e é útil para usar diferentes modelos preditivos para os subgrupos, resultando em menos erros em todos os modelos.
  • O segredo sujo da análise de dados é que, como analista, você pode gastar mais tempo limpando os dados do que analisando-os.

O livro:

Milton, Michael. Head First: Data Analysis. O’Reilly Media, USA. 2009. ISBN: 978-0-596-15393-9. (em inglês) – Disponível em português: “Use a Cabeça! Análise de Dados”, pela Alta Books.

Nudge: Improving Decisions About Health, Wealth, and Happiness.

Nudge: Improving Decisions About Health, Wealth, and Happiness.

Crítica do livro

Escrito por Richard H. Thaler, ganhador do Prêmio Nobel de Economia e Cass R. Sunstein, laureado pelo governo da Noruega pelo uso prático dos conhecimentos acadêmicos, o livro descreve como pequenos cuidados no design das alternativas oferecidas às pessoas podem contribuir para melhores decisões, com ganhos para todos e sem interferência na liberdade individual das pessoas.

Os autores justificam essas ações, ou “nudges”, porque questionam a capacidade das pessoas de fazer boas escolhas, ainda que no interesse delas próprias. Citam que em muitos casos as decisões acabam sendo tomadas pelas pessoas que estruturam os processos, os chamados “arquitetos das decisões“. Isso ocorre, por exemplo, quando são definidos os “defaults”, ou as opções que serão automaticamente adotadas se não forem informadas ou selecionadas outras. Afinal, poucas pessoas se dão ao trabalho de fazer personalizações e ajustes para sua situação particular, seja em um software, seja em um contrato.

Em alguns trechos, como quando discute opções para bolsas de estudos e planos de previdência, o texto fica chato. Mas, no geral, tem exemplos interessantes e agradáveis.

É uma boa leitura para executivos, jornalistas, designers, curiosos e para quem deseja se aprimorar na capacidade de analisar criticamente as situações ou tomar melhores decisões. Deveria ser leitura obrigatória para todo legislador.

Fonte

Thaler, Richard H. e Sunstein, Cass R. Nudge: Improving Decisions About Health, Wealth, and Happiness. Penguin Books. USA. 2009.