O número de piratas influencia a temperatura global? ou Correlação implica em causa e efeito?

Quantidade de piratas versus temperatura global

Quantidade de piratas versus temperatura global

É uma brincadeira comum entre os analistas de dados a conclusão, baseada em uma forte correlação de dados [2], que a redução na quantidade de piratas provocou o aumento da temperatura global. Isso serve para mostrar que uma boa correlação nem sempre está associada a um vínculo de causa e efeito.

Mas, uma relação de causa e efeito necessariamente implica em correlação?

A resposta parece óbvia, mas talvez não seja. Melhor começar por entender que correlação quantifica a dependência linear entre duas variáveis. Logo, relações não-lineares não são percebidas.

Para esclarecer, vamos avaliar duas variáveis bem comuns, pois sabemos que a temperatura influencia a densidade da água. Mas, como a figura 1 indica, a densidade da água alcança seu maior valor a 4°C.

Figura 1 – Densidade da água versus Temperatura

Figura 1 – Densidade da água versus Temperatura

Então, não há uma relação linear ou correlação entre causa (temperatura) e efeito (densidade). Isto é, quando uma variável aumenta a outra aumenta ou quando uma aumenta a outra diminui. Não perceberíamos a anomalia observando apenas uma parte do gráfico (figura 2), o que poderia nos levar a fazer previsões irrealistas.

Figura 2 – Densidade da água versus Temperatura (0ºC a 2ºC)

Figura 2 – Densidade da água versus Temperatura (0ºC a 2ºC)

Esse tipo de fenômeno é relativamente comum e resulta em previsões com grandes erros. Portanto, antes de usar correlações, é conveniente analisar os dados, se possível graficamente, e não fazer projeções distantes dos dados existentes.

Embora tenhamos usado a variação incomum da densidade da água com a temperatura como exemplo, é bom saber que esse comportamento também ocorre em vários fenômenos sociais, como o aumento da motivação com o ganho salarial [3].

Resumindo:

  1. Uma boa correlação nem sempre está associada a um vínculo de causa e efeito.
  2. Uma relação real de causa e efeito não implica, necessariamente, em correlação.
  3. O desconhecimento do comportamento das variáveis torna arriscadas as projeções baseadas em correlações.

Referências

  1. SRIVASTAVA, Tavish. 7 most commonly asked questions on Correlation. 23.06.15. Disponível em www.analyticsvidhya.com/blog/2015/06/correlation-common-questions. Acesso em 27.04.17. (figuras 1 e 2)
  2. ANDERSEN, Erika. True Fact: The Lack of Pirates Is Causing Global Warming www.forbes.com/sites/erikaandersen/2012/03/23/true-fact-the-lack-of-pirates-is-causing-global-warming/#4a29ea263a67 Acesso em 3.05.17. (figura da capa)
  3. Gallup. Majority of American Workers Not Engaged in Their Jobs. Disponível em: www.gallup.com/poll/150383/majority-american-workers-not-engaged-jobs.aspx Acesso em 3.05.17.

Nota: Post publicado em maio de 2017 e atualizado em maio de 2020.

Viés de Confirmação (ou, somos humanos!)

Vemos o que preferimos ver

Vemos o que preferimos ver

Nas análises de dados para a gestão, devemos levar em conta que as pessoas favorecem as informações que confirmam suas crenças. Por exemplo, se um supervisor sabe que o colaborador passou por um treinamento, ele espera uma melhora no aspecto correspondente. Logo, ele pode “ver” um resultado que na realidade não existe [1]. É uma racionalização comum, no sentido de comprovar uma expectativa, mas que pode influenciar a avaliação do resultado do treinamento.

Assim como a falta de dados dificulta boa parte das análises, o excesso de dados também é inconveniente. Com um grande volume de dados, um profissional inexperiente, ou mal intencionado, acaba sempre conseguindo um conjunto de números que serve para confirmar suas crenças ou suposições.

O uso de dados e ferramentas de análise para justificar crenças é chamado de Viés de Confirmação (Confirmation Bias). E, com a disseminação das técnicas de Big Data, esse problema tende a ser cada vez mais comum, na medida em que ferramentas estatísticas e softwares complexos permitem diferentes análises que podem ser usadas para provar as teses pretendidas.

Na verdade, o Viés de Confirmação – também denominado de Efeito Hallo – atende à necessidade humana de reforçar pontos de vista conhecidos e que trazem conforto ou conveniência. Desse modo, muitos vezes é provocado de forma inconsciente.

Conhece alguma situação em que isso aconteceu em sua organização? Como ocorreu?

Referência: 1. Fitz-enz, Jac e Davison, Barbara. How to Measure Human Resources Management. McGraw-Hill. 2002. 3rd edition. p. 185.

Texto inspirado em: Webb, Jack. Better Decision Making with Objective Data is Impossible. Disponível em: http://sloanreview.mit.edu/article/for-better-decision-making-look-at-facts-not-data

 

Estatísticas versus Indicadores

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Na gestão de RH são geradas diversas estatísticas que descrevem o conjunto dos empregados, como:

  • Idade média
  • Tempo na empresa
  • Escolaridade
  • Gênero, etc.

Estes parâmetros são úteis, mas não devem ser confundidos com indicadores. Indicadores são variáveis para as quais são estabelecidos objetivos (metas) que, uma vez alcançados, trarão algum benefício ao negócio. Assim, se o percentual de mulheres na equipe é pequeno e acredita-se que uma maior participação feminina trará uma vantagem competitiva, então pode ser estabelecida a meta de, por exemplo, contar com um mínimo de 30% de mulheres até o final do próximo ano. Desse modo, o Percentual de Mulheres passa a ser um indicador ao qual deve ser associado um Plano de Ações que descreve o que será feito para que a meta seja alcançada. Também deve ser planejada uma sistemática de verificação periódica (análise crítica), para que os gestores possam acompanhar o progresso e identificar eventuais necessidades de ajustes.

Relatórios de Sustentabilidade – ainda não são comuns

Em janeiro de 2013, as empresas da América Latina foram responsáveis por apenas 11% dos relatórios de sustentabilidade elaborados com os padrões GRI (Global Reporting Initiative), os mais usados e reconhecidos internacionalmente. O número exato: 1406 empresas. Dos mais de 12 mil relatórios reunidos pelo banco de dados da GRI, a maioria é européia.

Há mais de 15 anos, a GRI, respeitada organização não governamental holandesa, desenvolve critérios de aplicação para medir a sustentabilidade corporativa nas áreas econômicas, ambiental e social e realizar relatórios periódicos com os resultados.

Quantidade de relatórios de sustentabilidade da GRI por região

  • Europa 5416
  • Ásia 2627
  • América do Norte 1827
  • América Latina 1406 (595 no Brasil)
  • África 669
  • Oceania 642

Fonte: Revista HSM Management. maio-junho 2013. p. 15.

Viés de Confirmação

Assim como a falta de dados dificulta boa parte das análises, o excesso de dados também é inconveniente. Com um grande volume de dados, um profissional inexperiente, ou mal intencionado, acaba sempre conseguindo um conjunto de números que serve para confirmar suas crenças ou suposições.

O uso de dados e ferramentas de análise para justificar crenças é chamado de Viés de Confirmação (Confirmation Bias). E, com a disseminação das técnicas de Big Data, esse problema tende a ser cada vez mais comum, na medida em que ferramentas estatísticas e softwares complexos permitem diferentes análises que podem ser usadas para provar as teses pretendidas.

Na verdade, o Viés de Confirmação atende a necessidade humana de reforçar pontos de vista conhecidos e que trazem conforto ou conveniência. Desse modo, muitos vezes é provocado de forma inconsciente.

Conhece alguma situação em que isso aconteceu em sua organização? Como ocorreu?

Texto inspirado em: Better Decision Making with Objective Data is Impossible, de Jack Webb, www.sloanreview.mit.edu

Descubra em quê o seu RH é bom e em quê pode melhorar!

A B&A iniciou a coleta de dados para a 7ª edição do Benchmarking Paranaense de Recursos Humanos.

O levantamento irá apresentar os resultados de 12 indicadores tradicionais de RH, como: absenteísmo, rotatividade, horas extras e outros.

A participação é gratuita e os resultados serão fornecidos por meio de relatório enviado a cada uma das empresas participantes. Todas as informações serão apresentadas de forma agrupada ou codificada, para preservar o sigilo.

Conheça os pontos positivos e as oportunidades de melhoria de sua empresa em relação às outras e ganhe uma poderosa ferramenta de gestão.

Benefícios
1. Informação confiável e de qualidade, para orientar decisões gerenciais, visando aumento da competitividade.
2. Acesso a informações sensíveis que, de outro modo, não seriam disponibilizadas.
3. Redução na mão de obra própria para este tipo de trabalho.

O levantamento conta com o apoio da Associação Brasileira de Recursos Humanos ABRH-PR.

Para participar, basta acessar https://benchmarking.indicadoresrh.com.br ligar para 41 3324-5336 ou enviar um e-mail para indicadoresrh@bachmann.com.br.

As organizações que participaram das edições anteriores estão automaticamente inscritas.

Conheça o relatório do ano passado: www.bachmann.com.br/website/documents/Benchmarking2014R2_001.pdf

 

Mercado de trabalho sofre mudança.

Em 2012 foram criadas 88.426 novas vagas no Paraná (29% menos que em 2011, quando foram geradas 123.916 novos postos de trabalho celetistas), representando um desaquecimento no mercado de trabalho pelo segundo ano consecutivo.

Fontes:

– Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – CAGED (www.mte.gov.br) – Dados de 2011.

– IPARDES. Disponível em:  www.ipardes.gov.br/pdf/indices/emprego_formal.pdf. Acesso em 8 jul. 2013 – Dados de 2012.

Médias versus extremos

O uso da média, ou ainda melhor, da mediana nas análises tem a vantagem de eliminar o efeito de números extremos que, geralmente, estão associados às excepcionalidades ou mesmo a erros. Entretanto, há casos em que os valores extremos podem ser mais úteis e relevantes para a gestão, como demonstra o depoimento de Guilherme Lessa, Diretor de TI do Banco Matone*:

“Antes a equipe de TI só considerava a média das notas que recebia dos usuários; hoje, considera os extremos. Se alguma nota está abaixo de seis ou sete, significa que a TI está fazendo algo errado, então alguém liga para a pessoa que deu a nota abaixo da média para descobrir o que aconteceu”.

* – Revista Informática Hoje. Nº 629. 2010, p. 7.

Pesquisa de Satisfação Global ABTCP 2009 é publicada

A Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel – ABTCP divulgou os principais resultados da Pesquisa de Satisfação Global de 2009. A tabulação e a análise dos dados foi feita pela Bachmann & Associados, que se orgulha da parceria com essa importante entidade setorial.

Conheça os principais resultados: http://app.ecentry.com/3/s/?15784.62304.856.0.be91068