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Gerenciando o AbsenteÃsmo
O custo das faltas, justificadas ou não, se reflete na rentabilidade das organizações. Ainda assim, de modo geral o absenteÃsmo não é tratado com a devida importância.
Um levantamento feito pelo instituto de pesquisa GFK [1] baseado em 1.000 entrevistas telefônicas, em várias cidades brasileiras, concluiu que 2 em cada 10 brasileiros faltam ao trabalho e que 21% faltam ao menos uma vez por mês. O mais surpreendente é que a maioria dos entrevistados avalia que a ausência não traz impactos para sua carreira profissional. Em 86% dos casos, os funcionários não têm desconto no salário, 98% dos entrevistados não têm advertência e 68% declaram que não impacta em promoção futura.
O absenteÃsmo médio nas empresas do Paraná, em 2017, foi de 1,9% do tempo [2]. Isso corresponde a aproximadamente uma falta a cada dois meses; este resultado é bem melhor que o da amostra da pesquisa GFK mas, ainda assim, elevado e merecedor de atenção por parte dos gestores.
Referência:
1 – Pesquisa “Medicina Personalizada: a visão do brasileiroâ€, realizada em parceria com a HSM, Roche e Hospital SÃrio-Libanês, citada na HSM Management. jan/fev 2011. p. 149.
2 -Bachmann & Associados. Benchmarking Online de Indicadores de RH: Dados de 2017. DisponÃvel em www.indicadoresrh.com.br. Curitiba. 2018.
O quê é um KPI?
Indicadores Chave de Desempenho (Key Performance Indicators) são métricas, financeiras ou não, escolhidas para quantificar objetivos que refletem o que é importante para o negócio da organização. Eles ajudam o empreendimento entender quão bem está indo em relação aos seus objetivos estratégicos. Logo, devem estar relacionados às grandes diretrizes da organização. O instrumento tem o mérito de simplificar a complexidade do desempenho empresarial em uns poucos números que podem auxiliar a tomada de decisões.
Os Key Performance Indicators (KPIs) não precisam ser medidas de resultado; podem ser medidas do esforço feito. O que eles precisam é ser relevantes para a gestão. Mantida essa premissa, os KPIs podem ser estabelecidos para áreas especÃficas do negócio ou para avaliar o desempenho de toda a organização. Podem ser usados para avaliar o estado atual do negócio e para orientar sobre as ações a tomar.
Enquanto alguns KPIs são usados em muitas organizações (satisfação de clientes, EBITDA, etc.), outros são especÃficos para cada empresa, pois refletem a estratégia e as condições caracterÃsticas do negócio. Cada gestor deve escolher os KPIs com base em sua importância, e não em sua popularidade.
Muitas organizações já concluÃram que a implantação com sucesso da estratégia tem relação com dúvidas e questionamentos e não com respostas. Indicadores são, essencialmente, respostas. Logo, só devem ser escolhidos após a estratégia e os resultados desejados estarem claramente definidos.
O que define se um indicador é ou não um KPI não é a métrica em si, mas o contexto, ou seja a importância, para a organização, do resultado medido. Além de ter ter ligação clara e evidente com a estratégia da organização, os KPIs devem atender aos requisitos de todo indicador, como:
- Fácil entendimento
- Simples
- Ter um responsável
Em resumo, os KPIs são medidas dos resultados ou do progresso no desempenho de uma atividade que é crÃtica para o sucesso do negócio.
Assim:
Todo KPI é um indicador, mas nem todo indicador é um KPI.
O uso de um número muito grande de KPIs traz diversos problemas. A Techstars, uma aceleradora de empresas de sucesso, com 18 programas no mundo, usa uma regra bastante simples para manter as startups com os pés no chão. O programa de Chicago, por exemplo, insiste que as empresas do portfólio podem ter apenas cinco KPIs em qualquer momento. Essas medidas mudam à medida que as empresas se desenvolvem, porém a exigência das cinco medidas força a priorização em todos os momentos da vida da nova empresa [1].
 “Um indicador chave de performance (KPI) é uma medida que mostra ao interessado (stakeholder) que as metas e objetivos importantes para ele estão sendo alcançadosâ€
George Schiro – Vice President da Modeling and Performance Measurement, USA
Referência:
- Sull, Donald. The simple rules of disciplined innovation. DisponÃvel em: http://www.mckinsey.com/insights/innovation/the_simple_rules_of_disciplined_innovation Acesso em 19.02.19.
PrincÃpios Toyota para a gestão
O consultor Steven J. Spears observou as práticas gerenciais na Toyota, identificando um nÃvel de colaboração entre lÃderes e empregados inimaginável no ocidente. Ele identificou quatro princÃpios fundamentais no treinamento de imersão usado pela empresa para obter esse resultado de colaboração:
1 – Não há substituto para a observação direta.
2 – Mudanças propostas devem sempre ser estruturadas como experimentos.
3 – Trabalhadores e gerentes devem fazer experiências tão frequentemente quanto possÃvel.
4 – Gerentes devem orientar e não fazer.
Referência: Brown, Tim. Change by design: how design thinking transforms organizations and inspires innovation. HarperCollins Publishers, New York, NY. USA. 1th ed. 2009. (Inglês).
Produtividade – Fazendo mais com menos
Na medida em que oferecemos mais benefÃcios aos colaboradores, eles custam mais e temos que compensar isso com ganhos na produtividade.
Entretanto, a produtividade não depende apenas de motivação – o efeito imediato dos benefÃcios – mas também do conhecimento que as pessoas têm e dos recursos e tecnologias disponÃveis. Exige mais do que esforço do RH. Exige investimentos de tempo e dinheiro de toda a alta administração.
Um desafio do RH, que pode ser superado pelo uso dos indicadores adequados, é mostrar para a organização sua contribuição para o ganho de produtividade, apesar das demais variáveis.
Quais indicadores você usa para mostrar a contribuição do RH para a alta administração da empresa?
O Processo de Melhoria
Grande parte da atividade de gestão consiste em buscar a melhoria dos processos. Isso é feito por meio das seguintes etapas:
- Medir o desempenho.
Para conhecer a situação existente.
- Determinar o desempenho ótimo.
Essa etapa, que pode ser feita por levantamentos teóricos ou por meio de benchmarking [1], ajuda a determinar uma referência objetiva para a melhoria e facilitar estabelecer a meta, considerando também eventuais limitações de recursos e as peculiaridades da organização.
- Identificar o gap de desempenho.
Consiste em comparar o resultado atual com o julgado possÃvel de ser alcançado, para determinar os benefÃcios e saber se o esforço se justifica. Afinal, há muitas frentes de trabalho possÃveis e algumas oferecem mais vantagens que as outras.
- Agir para obter melhoria.
Se observado que o custo para mudar é favorável, considerando os ganhos esperados, devem ser feitos os investimentos e alteradas as práticas que vão buscar o novo patamar de desempenho.
Exemplificando.
A empresa decide avaliar seu processo de recrutamento e seleção. Na etapa 1 ela determina seu nÃvel atual de desempenho. Isso pode ser feito, por exemplo, pelo indicador Retenção 90 dias, que mede o percentual de trabalhadores que, depois de 90 dias da admissão, continuam na organização. Digamos que o resultado observado seja 75%, ou seja, 3 em cada 4 recém admitidos permanecem na empresa depois de 3 meses. Na etapa 2 ela verifica, por meio de benchmarking, que as melhores empresas do mesmo tipo de negócio têm Retenção 90 dias de aproximadamente 90%.
A comparação dos resultados (etapa 3) evidencia o potencial de ganho de 15 pontos percentuais. Considerando o benefÃcio, decorrente da redução dos elevados gastos para substituição de pessoas, decide-se por priorizar a melhoria do processo de recrutamento e seleção. Então (etapa 4), a empresa altera os procedimentos de contratação, adotando práticas de sucesso em outras empresas como: incluir no processo de contratação uma entrevista pelo futuro gestor da pessoa e oferecer uma visita ao ambiente de trabalho aos candidatos selecionados, para que eles possam verificar se desejam mesmo a vaga. Finalmente, a empresa continua monitorando o indicador Retenção 90 dias para avaliar se as novas medidas foram eficazes e suficientes.
Referência
- Bachmann & Associados. 10º Benchmarking Paranaense de RH. Curitiba. 2018. DisponÃvel em: https://www.indicadoresrh.com.br/benchmarking/?mnu=28&id=73&area=material Acesso em 18.12.18.
Uma polêmica – Diversidade dá lucro?
A favor
Estudo realizado com empresas dinamarquesas [1] afirma que aquelas com maior diversidade na liderança ganham em média 12,6 pontos percentuais mais que as com menor diversidade. Outros resultados do levantamento também levam à conclusão que uma liderança com maior diversidade significa maiores lucros. Para o trabalho foram colhidas informações de 6021 lÃderes de 321 empresas dinamarquesas de grande e médio porte.
Os parâmetros de diversidade observados foram: gênero, tempo na empresa, etnia e idade. Para dar maior solidez às conclusões, os autores desenvolveram um modelo de causa e efeito denominada Cadeia de Lucro devido à Diversidade (Diversity Profit Chain).
O outro lado
Já Sarah Kaplan [2] afirma:Verifiquei se as pesquisas cientÃficas realmente corroboram a ideia de que diversidade traz melhor desempenho e minha conclusão é que não há necessariamente uma relação de causa e efeito. É bem possÃvel que diversidade e performance sejam dois aspectos de “ser uma ótima empresaâ€.
Qual é tua opinião? As empresas devem buscar a diversidade de suas equipes como estratégia de negócio ou apenas para ser socialmente corretas?
Referências
- New research: Companies with diverse leadership yield higher profits. https://mortenkamp.com/2016/01/18/new-research-companies-with-diverse-leadership-yield-higher-profits Acesso em 25.04.17.
- Kaplan. Sarah. Vamos inovar em diversidade de gênero? Revista HSM Dez 4, 2017. http://www.revistahsm.com.br/inovacao-e-crescimento/vamos-inovar-em-diversidade-de-genero/
AbsenteÃsmo médico
A “Pesquisa sobre a gestão de saúde corporativa”, realizada pela ABRH Brasil e pela Aliança para a Saúde Populacional (ASAP) em maio e junho de 2017 e respondida por 668 profissionais de recursos humanos, concluiu que:
- 51% das empresas não têm programas estruturados para gerenciamento de grupos de risco como diabéticos, hipertensos etc., que costumam ser os usuários de maior custo para os planos de saúde.
- Em 81% delas, os custos subiram acima da inflação dos 12 meses anteriores; em 55% delas, mais do que o dobro da inflação.
- 40% não utilizam a coparticipação nas consultas e exames, pagando integralmente seu valor.
- 54% não trabalham com indicadores.
Fonte: Revista Melhor. Julho 2017. p. 35.
Administrando um projeto maior – Metas intermediárias
Estabeleça visões de curto e longo prazo para o projeto. Frequentemente olhamos para o resultado final de um projeto como se fosse o único objetivo que interessa. Isso pode enfraquecer a equipe e desmotivar os envolvidos. Agindo assim, se você está lidando com um projeto que levará meses para ser concluÃdo, não haverá sentimento de realização mesmo quando a equipe tiver cumprido marcos importantes do ciclo de vida do projeto.
É por isso que você precisa definir metas de curto e longo prazo. As metas de curto prazo vão fazer duas coisas. Primeiro, por proporcionarem um sentimento de realização, elas ajudam a manter a motivação dos membros da equipe a continuarem trabalhando no progresso do projeto. Em segundo lugar, elas dão boas indicações sobre se o projeto está de acordo com os prazos, tornando muito mais fácil ajustar o cronograma e o plano de forma adequada.
Exemplo: O programa espacial norte-americano foi dividido em projetos:
- Projeto Mercury
- Projeto Gemini
- Projeto Apolo
E cada “missãoâ€, dentro dos projetos, tinha objetivos bem definidos, como testar um sistema de navegação, verificar a resistência de uma proteção térmica para a reentrada, etc. Assim, o progresso visando o objetivo maior – pousar um homem na Lua e trazê-lo de volta à Terra em segurança – era mais tangÃvel e estimulante.
Mapeamento de processos
A necessidade de mapear os processos de uma organização, visando a sua racionalização, ficou bem evidente quando, em 2008, minha mulher se internou para uma cirurgia. Apesar de o hospital apresentar um nÃvel de qualidade elevado, ela foi convidada a fornecer seu peso e altura em seis diferentes oportunidades, como: exame pré-anestésico, pré-internação, internação, enfermeira, nutricionista e, finalmente, coordenador de enfermagem. Certamente um mapeamento dos processos identificaria estas e outras redundâncias que poderiam resultar em um serviço melhor e de menor custo.