Benefícios para o empregado sem custo para as empresas

Beneficios

Segundo Jair Pianucci (Revista Melhor, nº 305, 2013, p. 74) um incentivo à permanência dos empregados, com baixo ou até mesmo sem custo para a empresa, é a oferta dos chamados benefícios voluntários.

Esses benefícios, que muitas vezes são pagos integralmente pelos empregados, representa uma vantagem porque a empresa consegue preços menores devido ao poder de negociação. São exemplos os seguros e os planos de previdência privada. E, outra vantagem, aderem apenas os empregados que quiserem, permitindo personalizações mais atrativas.

Comparabilidade de indicadores

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O uso mais comum dos indicadores consiste na comparação com outro ou outros valores. Podem ser resultados, metas, referenciais de excelência ou algum outro parâmetro. Nesses caso, o risco mais óbvio é que os valores tenham sido calculados ou obtidos de forma diferente, o que pode prejudicar a comparação.

A diversidade das fórmulas de cálculo usadas pelas empresas para os mesmos indicadores dificulta as comparações e pode levar a grandes diferenças de resultados. Segundo um levantamento[1], diferentes formas de cálculo levaram a diferenças de até 47% na medida da rotatividade – indicador clássico usado na gestão de recursos humanos, justificando a necessidade de padronização.

Um conjunto de padrões de cálculo (Identidades) para os indicadores clássicos de RH foi desenvolvido pela Bachmann & Associados, em parceria com a Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-PR) e está disponível para download gratuito em www.bachmann.com.br/website/idrh.htm.

Referência:

[1] – Castle, Nicholas G. Measuring Staff Turnover in Nursing Homes, http://gerontologist.gerontologyjournals.org/cgi/content/abstract/46/2/210 Acesso em 26.01.08.

Viés de Confirmação (ou, somos humanos!)

Vemos o que preferimos ver

Vemos o que preferimos ver

Nas análises de dados para a gestão, devemos levar em conta que as pessoas favorecem as informações que confirmam suas crenças. Por exemplo, se um supervisor sabe que o colaborador passou por um treinamento, ele espera uma melhora no aspecto correspondente. Logo, ele pode “ver” um resultado que na realidade não existe [1]. É uma racionalização comum, no sentido de comprovar uma expectativa, mas que pode influenciar a avaliação do resultado do treinamento.

Assim como a falta de dados dificulta boa parte das análises, o excesso de dados também é inconveniente. Com um grande volume de dados, um profissional inexperiente, ou mal intencionado, acaba sempre conseguindo um conjunto de números que serve para confirmar suas crenças ou suposições.

O uso de dados e ferramentas de análise para justificar crenças é chamado de Viés de Confirmação (Confirmation Bias). E, com a disseminação das técnicas de Big Data, esse problema tende a ser cada vez mais comum, na medida em que ferramentas estatísticas e softwares complexos permitem diferentes análises que podem ser usadas para provar as teses pretendidas.

Na verdade, o Viés de Confirmação – também denominado de Efeito Hallo – atende à necessidade humana de reforçar pontos de vista conhecidos e que trazem conforto ou conveniência. Desse modo, muitos vezes é provocado de forma inconsciente.

Conhece alguma situação em que isso aconteceu em sua organização? Como ocorreu?

Referência: 1. Fitz-enz, Jac e Davison, Barbara. How to Measure Human Resources Management. McGraw-Hill. 2002. 3rd edition. p. 185.

Texto inspirado em: Webb, Jack. Better Decision Making with Objective Data is Impossible. Disponível em: http://sloanreview.mit.edu/article/for-better-decision-making-look-at-facts-not-data

 

Para reflexão

Ram Charan

Segundo o especialista em estratégia Ram Charam, há um aumento na tendência de executivos de outras funções assumirem funções de liderança de recursos humanos.

Ele disse que esta tendência é das mais importantes, na medida em que as empresas buscam melhorar a compreensão do negócio dentro do RH e alinhar as estratégias de RH com as estratégias mais amplas do negócios.

Ao mesmo tempo, Charan previu que o HR irá evoluir e se tornar mais importante nos próximos anos, a medida em que aproveite a tecnologia para dar maior eficiência e gerenciar talentos para os resultados de negócio.

“Não tenho dúvida que o pessoal vai aprender sobre o negócio”, disse ele.

Comentando sobre a aceitação de seu artigo “It’s time to blow up HR”, Charan afirmou: “Os CEOs adoraram. Um grande número de líderes de RH que não vieram do RH adorou. Aqueles que vieram do RH não gostaram”.

Referência: RAM CHARAN: WHERE HR LEADERSHIP MEETS THE NEW WORLD OF WORK. Disponível em www.insidehr.com.au/ram-charan-on-where-hr-meets-the-new-world-of-work Acesso em 19.03.17.

Aumentar a rotatividade pode ser uma estratégia? (Por Bernt Entschev)

 
A Kimberly-Clark, gigante multinacional da área de cuidados pessoais, implantou um novo software que permite analisar o progresso dos funcionários e expõe rapidamente quem não está dando os resultados esperados.
 
Com isso, a rotatividade é o dobro do que era há dez anos. Cerca de 10% dos empregados na fábrica dos Estados Unidos deixam a empresa a cada ano, voluntariamente ou não, segundo a empresa.
Fonte: Newsletter Lima Lopes, Cordella Adv – 12.09.16

O mundo muda e o que parecia consolidado deixa de ser

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Na era da disputa pela maior altura, escritório de arquitetura ateniense cria nova categoria de medição: o comprimento.
É verdade que essa métrica tem mais relação com o Guiness do que com gestão, mas serve para nos mostrar que, às vezes, as medidas tradicionais têm de ser reavaliadas também em nossas organizações.
 
Os indicadores que serviram em um momento deixam de ser relevantes em outro e podem, muitas vezes, tornaram-se apenas uma carga burocrática. Será que não é o momento de rever as medidas e os relatórios usados na gestão?
Referência citada: http://veja.abril.com.br/blog/cidades-sem-fronteiras/edificios-longos

A boa gestão nem é tão complicada

Gestao

Na abalizada opinião do Prof. Vicente Falconi, a gestão bem sucedida de uma organização se sustenta em três fundamentos: Liderança, conhecimento técnico e método.

A liderança adota as seguintes premissas: ter os melhores profissionais, treinar à exaustão, criar um bom clima de trabalho e ser generoso com quem merece.

O conhecimento técnico deve ser buscado no mercado, cultivado internamente ou desenvolvido por meio de pesquisa e inovação.

A execução disciplinada do método inclui:

  1. Definir metas.
  2. Definir o caminho para alcançá-las por meio da análise.
  3. Garantir a execução.
  4. Medir/controlar/monitorar.
  5. Padronizar os processos melhorados.

Cada um desses fundamentos requer competências que devem ser consideradas no momento da seleção das pessoas que vão exercer funções de gestão. Os aspectos relacionados à liderança são os mais difíceis de tratar, pois dependem em grande parte das características pessoais e são difíceis de mudar. Já o conhecimento técnico, embora possa exigir alguns pré-requisitos, como habilidade em matemática ou de interpretação de desenhos, pode ser ensinada com mais facilidade. Do mesmo modo, as competências para executar o método são fáceis de transmitir. Apenas uma característica importante – disciplina – pode representar algum problema.

Referência: Revista HSM Management. Dossiê The 3G Way. Maio-junho 2013. p. 96.

Escolhendo os indicadores no RH

A seleção de indicadores faz parte do processo de gestão. Toda organização pode ter um número elevado de indicadores, mas a escolha de algumas poucas métricas, que fazem sentido considerando os objetivos e a estratégia, pode representar uma grande vantagem.

Embora a escolha das métricas possa ser feita usando diferentes abordagens, o fundamento do trabalho consiste em associar indicadores aos objetivos que traduzem a estratégia da organização e ao bom desempenho dos processos que são relevantes para essa mesma estratégia. Assim, a “coleção de indicadores” que serve bem para uma empresa pode não servir para outra. Na gestão de RH, a melhor prática seria obedecer aos seguintes passos:

  1. Entender o negócio e a estratégia da empresa.
  2. Identificar o modo como os colaboradores da empresa contribuem para a execução da estratégia.
  3. Estabelecer objetivos para os recursos humanos que estão associados aos processos identificados no item anterior.
  4. Estabelecer indicadores para avaliar o progresso em atingir os objetivos listados no item 3.

Exemplificando: Usando essa abordagem, a eficácia de uma campanha de vacinação contra a gripe na empresa poderia ser avaliada pela redução do número de dias perdidos por doenças (absenteísmo médico), permitindo uma avaliação objetiva da relação custo/benefício para a organização.

Resumindo, o desempenho deve ser medido naquilo que é relevante para a organização. Muitas vezes os indicadores usados em uma organização, embora adequados aos processos existentes, estão desalinhados da estratégia. Este aparente paradoxo não tem a ver com indicadores, mas com processos eventualmente inadequados à estratégia. James Goodnight, presidente do SAS Institute (empresa que produz softwares) exemplifica esta situação com uma empresa que coloca como estratégia o trabalho em equipe, mas faz avaliações de desempenho que priorizam o individual.

Dicas

– Cada área deve medir apenas aquilo sobre o quê tem influência; o objetivo não é “matar a curiosidade”, mas ter elementos para a gestão.

– Adotar uma métrica ruim é pior que não ter indicador, pois gera custo e pode induzir à decisões erradas.

Espelho retrovisor?

Retrovisor

Frequentemente os relatórios de gestão são acusados de mostrar apenas o passado, enquanto os críticos dizem que a organização deveria colocar seu foco no futuro. Vejo esse posicionamento com alguma ressalva. Os dados do passado, especialmente quando observados como uma série histórica, nos permitem saber se as ações que estamos tomando estão efetivamente colaborando para a melhora do desempenho e dos resultados. As séries históricas também nos permitem saber se os resultados são suficientemente estáveis e consistentes para permitir projeções e previsões. Assim, é muito bonito dizer que o importante é o futuro, mas ele será fundamentado nos resultados do passado e no aprendizado do presente.