Escolha de indicadores impacta resultados de call center

A decisão de escolher os indicadores usados para a gestão de um processo ou negócio é um aspecto extremamente importante para que a eficácia seja alcançada. Embora a literatura seja muito clara em recomendar que as métricas sejam selecionadas com base na análise dos objetivos e aspectos relevantes do desempenho dos processos, é comum que os profissionais simplesmente meçam aquilo que é fácil medir ou adotem os mesmos indicadores usados em processos semelhantes. Um exemplo interessante, e que mostra uma abordagem inovadora, é descrito no texto “Como a matemática mudou o call center” [1].

O artigo comenta que a Assurant Solutions recorreu ao trabalho de matemáticos para ampliar a taxa de sucesso no telemarketing e afirma que a estratégia foi de, em vez de pensar em aspectos como velocidade média de atendimento de telefonemas e outras métricas de nível de serviço – ou seja, coisas que geralmente levamos em conta quando observamos a interação entre cliente e atendente – raciocinar em outra perspectiva: em que eram bem-sucedidos e em que fracassam. O fundamento era que sucesso e fracasso são parâmetros fáceis de estabelecer e, no negócio de call center, ou você retém a chamada de um cliente ou não.

O índice de retenção inicial era de 16%, compatível com os melhores padrões do setor. Este percentual significava que cinco em cada seis clientes não eram convencidos a manter seu seguro, muito menos a adquirir outros. Após a adoção da nova sistemática, favorecida pela escolha dos indicadores mais adequados, a retenção quase triplicou, caracterizando o sucesso da abordagem.

Referência:

1. Revista HSM Management. Como a matemática mudou o call center. Julho/agosto 2011. pp. 128-132.

Indicadores e Olimpíadas

Por conta dos resultados olímpicos do Brasil, que na próxima edição têm um forte compromisso de melhorar, vale relembrar:

A escolha dos indicadores usados na gestão direciona, ou dá foco, aos esforços da organização. Um exemplo bastante didático foi dado pela comitê olímpico chinês. Entendendo que o sucesso seria medido pelo Número de Medalhas de Ouro obtidas durante os jogos (é isto que define o ranking), foi feita uma escolha pragmática (ver texto da Veja, abaixo) visando concentrar os esforços para obter o melhor resultado nesse indicador.

O Triunfo da China

Em 2000, ao constatarem que atletismo, natação, remo, vela e canoagem renderiam 119 medalhas de ouro, os chineses criaram o Projeto 119, como estratégia para aumentar suas chances em áreas dominadas pelos ocidentais. O exemplo do remo é emblemático: por ter catorze medalhas douradas em disputa, mereceu mais recursos que modalidades populares como o basquete, que dá duas.

Fonte: Revista VEJA. Edição 2075 – ano 41 – n° 34, 27 de agosto de 2008. O Triunfo da China, p. 118.

Você também tem um exemplo de uso de indicador para dar relevância aos resultados mais importantes?

Indicadores de RH padronizados foram revisados

O projeto Benchmarking Paranaense de Recursos Humanos colhe, anualmente, os resultados de doze indicadores clássicos usados na gestão do capital humano.

Com o projeto em sua 4ª edição, os textos que descrevem a metodologia de cálculo dos indicadores foram revisados e estão disponíveis para download nos sites da ABRH-PR (www.abrh-pr.org.br) e da Bachmann & Associados (www.bachmann.com.br/website/indicadores_rh.htm).

As mudanças foram apenas na forma, visando maior clareza e simplicidade. Em nenhum caso houve mudança na metodologia de cálculo.

Porcentagens são perigosas.

Imagem feita pela AI Suite do Freepik 

O uso de indicadores expressos em porcentagem é muito comum. O cálculo resulta da divisão entre duas grandezas semelhantes, com a mesma unidade de medida no numerador e no denominador, multiplicada por 100.

Por exemplo, a “Porcentagem de Reciclagem” é obtida pela divisão da quantidade de resíduos reciclados pelo total de resíduos gerados. Assim, se em um mês foram geradas 200 toneladas de resíduos e recicladas 20 toneladas, temos:

         Porcentagem de Reciclagem = (20 /200) x 100 = 10%

As porcentagens são essencialmente uma maneira de expressar uma fração com denominador 100. Por exemplo, 30% equivalem a 30/100. Dessa forma, 20 representa 10% de 200. Porém, ao usar percentuais, é preciso ter cuidado com a linguagem. Por exemplo:

   “As contratações deste ano foram 100% maiores do que no ano passado.”

   “As contratações do ano passado foram 50% menores do que as deste ano.”

Embora ambas as frases tenham o mesmo significado matemático, a percepção das pessoas pode ser diferente.

A principal utilidade das porcentagens é permitir a comparação entre grupos de tamanhos diferentes. Por exemplo, o UNICEF [1] informa que, no Brasil, as cesarianas representam 40% dos partos realizados na rede pública de saúde, enquanto na rede particular esse percentual chega a 84%. Essa informação é mais útil do que  a simples comparação do número absoluto de cesarianas em cada rede.

Por essa razão, grande parte dos indicadores é apresentada como percentuais. Isso porque, mesmo quando a intenção é apenas comparar o desempenho ao longo do tempo dentro da própria empresa, estamos sujeitos a variações na quantidade de empregados, no número de clientes atendidos, no total de horas trabalhadas etc.

No entanto, o uso de percentuais sobre resultados anteriores como indicadores geralmente é inadequado por algumas razões:

1. Eles mostram a mudança relativa, mas não o valor absoluto. Por exemplo, um aumento de 100 para 120 representa 20%, enquanto um aumento de 200 para 220 equivale a apenas 10%, apesar de ambos os casos terem o mesmo acréscimo absoluto (+20 unidades).

2. A variação percentual pode ser enganosa. Se um aumento percentual não é acompanhado de uma redução percentual equivalente, os números não retornam ao valor inicial. Assim, se as vendas aumentam 20% em um mês, de 100 para 120, e no mês seguinte caem 20%, a tendências das pessoas é presumir que o valor voltou ao anterior. No entanto, a queda de 20% sobre 120 resulta em 96 – um valor menor do que o inicial, pois

100 + 20% =120

120 – 20% = 96

Portanto, percentuais sobre valores anteriores não são bons indicadores.

Isso não significa que seja errado apresentar os resultados, calculados período a período, em escala percentual. Aliás, isso é particularmente útil quando precisamos comunicar as variações ou tendências de uma informação sensível como volume de vendas ou faturamento.

Nesses casos, escolhemos um determinado valor, por exemplo o faturamento de janeiro, como base (correspondendo ao valor 100) e apresentamos os resultados dos meses seguintes como percentuais em relação a janeiro. Essa forma de apresentar resultados costuma ser denominada de índice. [LINK]

Ponto percentual

Observe que a diferença entre 3% e 2% não é 1%.  Na realidade, 3% é 50% maior que 2%. Para evitar a confusão, deve-se dizer que 3% é um ponto percentual maior que 2%.

Reflexão

Você tem tratado os percentuais com o cuidado que eles precisam para uma comunicação correta?

Referência

1. UNICEF alerta para elevado número de cesarianas no Brasil. Nações Unidas Brasil, [s.d.]. Disponível em: https://nacoesunidas.org/unicef-alerta-para-elevado-numero-de-cesarianas-no-brasil/amp. Acesso em: 19 fev. 2025. [Indisponível].

Post250513 de jun/12, atualizado em fev/25.

Palestra sobre Indicadores de RH

A B&A apresentou a palestra “Indicadores da Área de Recursos Humanos” para os alunos do curso superior de tecnologia em recursos humanos do Centro Tecnológico da Universidade Positivo. A apresentação teve como objetivo complementar a grade curricular, levando conceitos de gestão com indicadores e despertando o espírito crítico nos alunos. (14.05.12)

Escolhendo indicadores

Ontem, assistindo uma palestra do Walter Longo, na Mercosuper 2012, percebi que o critério recomendado por ele para analisar as ações de marketing, composto de 3 pontos:

  • Coerência
  • Relevância
  • Eficiência

seria igualmente adequado para a escolha das métricas que devem ser usados em uma organização. Afinal, bons indicadores devem ser coerentes com a estratégia da empresa e a variação positiva em seus resultados deve ter impacto nos resultados do negócio. Também é importante que os indicadores usados sejam eficientes em avaliar as mudanças pretendidas.

Você concorda?

Métricas de RH

Imagem de Mohamed Hassan por Pixabay

Como todos os gestores, os responsáveis pelas áreas de recursos humanos das organizações precisam balizar e avaliar suas ações por meio de indicadores. Mas, diferentemente de vários outros, eles precisam conviver com dois tipos de métricas.

Os indicadores que medem aspectos objetivos, como rotatividade, tempo de treinamento por empregado etc. e os que avaliam aspectos intangíveis, como clima organizacional e nível de engajamento. Isto porque as métricas objetivas, embora mais fáceis de obter e mais seguras em seus resultados, não são suficientes para a gestão de pessoas.

De modo geral, as medidas de parâmetros intangíveis são obtidas por meio de pesquisas e expressam o “sentimento” das pessoas. Nessas pesquisas, geralmente o empregado aponta seu grau de concordância ou discordância com uma afirmação apresentada.

Os resultados numéricos (percentuais de respostas nos grupos 1 e 2, no grupo 3 e nos grupos 4 e 5) descrevem o sentimento da equipe em relação ao aspecto avaliado.

Este tipo de métrica é particularmente útil para avaliar as mudanças de percepção ao longo do tempo, comparando resultados obtidos em diferentes épocas e após diferentes ações de gestão. Um exemplo detalhado dessa forma de medir pode ser visto no item sobre o clima organizacional.

Post de abr/12, ajustado em set/23.

Participe do 4º Benchmarking Paranaense de RH

O Benchmarking Paranaense de RH é um levantamento anual dos principais indicadores de recursos humanos das empresas do estado.

Produto de uma parceria entre a Bachmann & Associados, a Associação Brasileira de Recursos Humanos ABRH-PR e o Instituto Superior de Administração e Economia do Mercosul, da Fundação Getúlio Vargas ISAE/FGV,  a 4ª edição do trabalho irá colher os resultados de 12 indicadores, como: absenteísmo, rotatividade e grau de terceirização, entre outros.

Todas as informações são apresentadas de forma agrupada ou codificada, para preservar o sigilo das organizações.

A participação no estudo é gratuita e os resultados são fornecidos por meio de um relatório enviado a cada uma das organizações participantes.

Conheça a edição de 2010, que já está disponível para download em: www.bachmann.com.br/website/documents/35592fullbenchmarking.pdf

Para participar ligue para 41 3324-5336 ou envie um e-mail para indicadoresrh@bachmann.com.br

Desligamento voluntário – Como calcular

Uma parcela importante da movimentação de pessoas que contribui para elevar a rotatividade nas empresas decorre dos pedidos de desligamento pelo próprio empregado.

Uma pesquisa feita pela DBM Brasil indica que 2010 foi possivelmente o primeiro ano em que a rotatividade voluntária foi maior que a forçada no mercado brasileiro [1].

Para contemplar essa realidade, a próxima edição do Benchmarking Paranaense de Recursos Humanos irá incluir a métrica “Desligamento Voluntário”. Consulte o padrão de cálculo em: www.bachmann.com.br/website/idrh.htm.

Fonte:

[1] – Revista Melhor: gestão de pessoas. Ano 19. Nº 285, agosto de 2011. P. 96.].

Indicadores. Por que mudar?

Imagem de Elisa por Pixabay

A mudança da estratégia ou da conjuntura pode exigir a troca dos indicadores de determinadas operações ou processos. Por exemplo, um levantamento feito por distribuidores da Caterpillar junto aos frotistas de equipamentos constatou que, para os usuários das máquinas, a prioridade mudou de “Produtividade” para “Custo por tonelada” [1].

Enquanto no Brasil o parâmetro para medir o desempenho das máquinas para corte de madeira é a produtividade, na Europa – em uma realidade mais restritiva na disponibilidade de matéria-prima – se busca rendimento [2].

Logo, a escolha, ou ao menos a ponderação, dos indicadores usados na gestão têm que mudar conforme a estratégia ou a realidade ou momento de cada empresa.

Referências:

1 – Minérios & Minerales. Set/out 2009. p. 35.

2 – Fórum “Os Desafios da Indústria – FIEP”, em 17 de junho de 2004.

Post de jan/12, ajustado em set/23.