O Gráfico de Controle

Fotografia de um campo com margaridas
A natureza não confunde uma margarida com uma rosa. Mas não faz duas flores iguais.

O Gráfico de Controle é um gráfico de linhas convencional, com os resultados de determinado indicador ao longo do tempo, acrescido da Linha Central e dos Limites Naturais do Processo.

Os gráficos de controle ajudam a analisar os resultados e decidir sobre a necessidade, ou não, de tomar uma ação corretiva ou de melhoria. As decisões são mais inteligentes, pois são baseadas em padrões e não em pontos ou eventos específicos.

Desenho de um gráfico de linhas em que a linha principal aparece entre linhas paralelas que estabelecem limites.
Gráfico de controle típico. Fonte: Wikipedia. https://en.wikipedia.org/wiki/Process_Window_Index

O gráfico de controle mostra os resultados de um indicador ao longo do tempo por meio de pontos ligados por uma linha. Os valores do indicador são mostrados no eixo vertical, enquanto o eixo horizontal corresponde à linha do tempo. Uma linha horizontal, central, mostra a média dos resultados do indicador em determinado período.

Duas linhas, simetricamente colocadas acima e abaixo da linha central, delimitam os valores considerados normais, de acordo com a probabilidade de ocorrência. Essas linhas, chamadas de limites de controle inferior (LCI) e superior (LCS), servem de referência para identificar os resultados que fogem da variação normal.

Os valores (resultados) que ocorrem em torno da média, entre os limites inferior e superior, são variações aleatórias e inerentes que só podem ser reduzidas se o processo for modificado. Valores fora dos limites sugerem ocorrências atípicas  (estatisticamente significativas) no processo e que podem ser identificadas, corrigidas e prevenidas.

Em resumo, os gráficos de controle incluem informações que ajudam a analisar os resultados – com bases em padrões e não em resultados individuais – e decidir sobre a necessidade, ou não, de tomar uma ação corretiva ou de melhoria. Além disso, facilita a identificação visual do comportamento do processo e até antecipar eventuais resultados indesejados.

Embora existam técnicas mais complexas e adequadas para situações específicas, este tipo de gráfico de controle, também conhecido como Gráfico XmR, onde o X indica a medida de desempenho (resultado do indicador) e o mR significa “faixa móvel” (moving range, em inglês) é adequado à maioria das aplicações, trazendo um grande benefício para as análises.

Resumindo

O Gráfico de Controle apresenta os resultados históricos do indicador e a faixa de variações naturais do processo que gerou esses resultados, permitindo uma análise mais segura. Isso evita, por exemplo, que um resultado um pouco mais elevado, mas ainda dentro da variação típica do processo, seja visto como um problema e provoque ações que podem, inclusive, piorar os resultados futuros.

Curiosidade

O gráfico XmR foi desenvolvido em 1924 pelo estatístico Walter A. Shewhart, enquanto trabalhava nos Laboratórios Bell, para uso no controle de qualidade industrial. Só em 1993, o renomado estatístico Donald Wheeler introduziu o uso deste gráfico na administração, na chamada gestão de desempenho. Atualmente, até dados coletados por smartphones são mostrados usando esse tipo de recurso.

Os gráficos de controle filtram os ruídos por meio dos limites de controle. Os sinais são indicados por pontos fora dos limites ou por padrões não aleatórios de variação.

POST240330 de mar/24

Linha de Base (Baseline)

Desenho de gráfico em que uma mão desloca um dos resultados.

Não se pode buscar a melhoria sem sabermos qual resultado já temos. Isso é até mais importante do que saber aonde queremos chegar.

A Linha de Base (baseline) é o nível de desempenho médio de um processo ou sistema no momento inicial e serve de baliza para avaliar o ganho obtido. É a referência que permite quantificar a melhoria. Ou, de outro modo, é o resultado das medidas feitas antes de uma intervenção, permitindo comparar e avaliar o efeito das ações tomadas. Afinal, sem conhecer a situação inicial é difícil determinar o progresso alcançado.

Por que não se fala em ponto de partida, mas em linha de base?

Porque, devido às oscilações dos processos, é difícil determinar um único ponto representativo da realidade. A baseline deve ser fruto de no mínimo cinco medidas [1], para maior certeza de que não se trata de uma condição atípica decorrente de variações naturais ou um fenômeno aleatório.

A melhor maneira de determinar a linha de base é usar a Linha Central do Gráfico XmR do processo, que leva em conta os resultados de um período.

Exemplo de Gráfico XmR – A Linha de Base corresponde à Linha Central.

“Linha de base é um retrato da situação existente no momento inicial e que serve de referência para avaliar o progresso obtido”.

A determinação correta da baseline é particularmente importante nos casos em que o processo é irreversível, como o ganho de experiência de um grupo  profissional, por exemplo.

Atenção

  • Para determinar a linha de base de um indicador sujeito a sazonalidades, é importante dessazonalizar os dados.

Se a meta é o ponto de chegada, a “linha de base” (baseline) é a situação de partida. Não faz sentido desenvolver um plano de ações se não soubermos onde estamos e para onde queremos ir. — dlb

Referência

1. Stacey Barr. How to Set a KPI Baseline to Monitor Improvement. January 10, 2018.

Post240219 de novembro/20, atualizado em abr/24