A Análise Crítica, ou verificação criteriosa dos processos e seus resultados, deve ser feita de forma sistemática e frequente.
Uma das etapas mais importantes deste processo é a Reunião de Análise Crítica, em que diferentes opiniões, conhecimentos e pontos de vista enriquecem as interpretações. O planejamento da reunião deve incluir:
Lista de participantes, tomando o cuidado de incluir todos os envolvidos, independentemente do nível hierárquico, pois não é uma reunião de gerentes ou supervisores, mas de profissionais.
Frequência, que pode ser mensal, trimestral, etc., conforme as características do processo sob análise, mas não deve variar.
Disponibilidade dos dados, de preferência também na forma de gráficos ou diagramas, além das tabelas, para facilitar a interpretação.
A análise crítica deve observar dois aspectos: os resultados obtidos, comparativamente às expectativas, e a execução física dos planos de ações para melhoria ou correção.
O texto explora a forma humana de pensar, analisar e decidir com base nos dois processos relativamente independentes e mostra o quão irracionais somos na maioria das análises casuais e nas decisões do dia a dia, explicando os mecanismos psicológicos e evolutivos que levam o ser humano a se comportar com pouca racionalidade.
O autor descreve nossa vida mental pela metáfora de dois agentes, chamados Sistema 1 e Sistema 2, que respectivamente produzem os pensamentos rápido e lento.
O Sistema 1 opera de forma automática e rápida, com pouco ou nenhum esforço e nenhuma sensação de controle voluntário.
O Sistema 2 atribui atenção às atividades mentais complexas que a exigem, incluindo cálculos complexos. As operações do Sistema 2 são frequentemente associadas à experiência subjetiva de escolha e concentração.
O Sistema 1 responde mais fortemente à s perdas do que aos ganhos (aversão à perda), o que explica muitas decisões pouco racionais. Enquanto a estatÃstica exige pensar em muitas coisas ao mesmo tempo, algo que o Sistema 1 não foi projetado para fazer.
Alguns destaques:
Você dispõe de um orçamento limitado de atenção que pode alocar às atividades. Isso influencia as análises e as decisões.
As pupilas são indicadores sensÃveis de esforço mental – dilatam-se substancialmente quando as pessoas multiplicam números de dois dÃgitos e dilatam-se mais se os problemas forem ainda mais difÃceis.
Uma compreensão mais profunda de julgamentos e escolhas requer um vocabulário mais rico do que o disponÃvel na linguagem cotidiana.
Na prática as pessoas não aprendem nada com meras estatÃsticas. Um ou dois casos individuais representativos, para influenciar o Sistema 1, são mais eficazes.
Empresas com CEOs premiados posteriormente apresentam desempenho inferior, tanto no valor das ações quanto no desempenho operacional. Ao mesmo tempo, a remuneração do CEO aumenta, os CEOs passam mais tempo em atividades fora da empresa – como escrever livros e participar de conselhos externos – e são mais propensos a se envolver no gerenciamento de resultados.
Em suas decisões, as pessoas superestimam as probabilidades de eventos improváveis e exageram as chances de ocorrer eventos improváveis
A assimetria no risco de arrependimento favorece escolhas convencionais e avessas ao risco.
Os dois “eus†são o eu da experiência, que vive a vida, e o eu da lembrança, que registra os pontos e faz as escolhas. O segundo influencia mais as decisões que tomamos.
Uma leitura recomendada para todos, mas especialmente para jornalistas e outros profissionais da comunicação, que têm responsabilidade por entender e transmitir informações.
Nossa reconfortante convicção de que o mundo faz sentido repousa sobre uma base segura: nossa capacidade quase ilimitada de ignorar nossa ignorância. – Daniel Kahneman
Uma interpretação filosófica e bem fundamentada da ciência.
Comentá¡rios sobre o livro
O livro apresenta uma série de três palestras proferidas pelo Dr. Richard Feynman, em abril de 1963, na Universidade de Washington (Seattle).
O livro tem 3 partes. A primeira é uma ótima introdução à filosofia da ciência.
Na segunda ele comenta as relações entre a ciência e a religião e entre a ciência e a política, com ênfase na liberdade de pensamento e expressão.
Na terceira parte ele retorna com uma belíssima aula sobre a filosofia da ciência, um texto que faria muito bem a todas as pessoas, especialmente aos jornalistas, que têm a responsabilidade de interpretar e comunicar fatos para o público.
Alguns trechos selecionados e que merecem reflexão:
Existem grandes ideias desenvolvidas na história do homem, e essas ideias não duram a menos que sejam passadas propositalmente e claramente de geração em geração.
O conhecimento não tem valor real se tudo o que você pode me dizer é o que aconteceu ontem.
Todo conhecimento científico é incerto.
A taxa de desenvolvimento da ciência não é a taxa em que você faz observações apenas, mas, muito mais importante, a taxa em que você cria coisas novas para testar.
Não há lógica em calcular a probabilidade ou a chance de que algo aconteça depois que aconteceu.
Ninguém entende o mundo em que estamos, mas algumas pessoas entendem mais que as outras.
A cada homem é dada a chave dos portões do céu. A mesma chave abre as portas do inferno. – Referindo-se ao uso da tecnologia para o bem ou para o mal.
Existem várias técnicas especiais associadas à prática de fazer observações, e muito do que é chamado de filosofia da ciência se preocupa com a discussão dessas técnicas.
Todos os outros aspectos e características da ciência podem ser entendidos diretamente quando entendemos que a observação é o julgamento final de uma ideia.
Na ciência, não há interesse nos antecedentes do autor de uma ideia ou em seu motivo para defendê-la.
A exceção testa a regra. Esse é o princípio da ciência. Se houver uma exceção a qualquer regra, e se isso puder ser provado por observação, essa regra está errada.
É surpreendente que as pessoas não acreditem que haja imaginação na ciência. É um tipo de imaginação muito interessante, ao contrário da do artista. A grande dificuldade é tentar imaginar algo que você nunca viu, que seja consistente em todos os detalhes com o que já foi visto, e que seja diferente do que foi pensado; além disso, deve ser definitiva e não uma proposição vaga. Isso é realmente difícil.
Repórteres e comentaristas de jornais – há um grande número deles que presumem que o público é mais estúpido do que eles, que o público não consegue entender coisas que eles [os repórteres e os comentaristas] não conseguem entender. – Richard Feynman
A nota do editor encerra com a mensagem: “Ouro puro, poesia pura, Feynman puro”. É verdade, também em minha pouco importante opinião. Ler os livros do Feynman é prazeroso como conversar com alguém inteligente.
O livro
Feynman, Richard. O Significado de Tudo: Pensamentos de um cidadão-cientista (The meaning of it all). Perseus Books. Reading, Massachusetts. 1998.
Compreender a contribuição – a divulgação das relações entre os indicadores permite que as pessoas, equipes e áreas percebam de que forma participam dos resultados da organização, trazendo um senso de pertencimento.
Aprimorar os processos – o acompanhamento dos resultados dos indicadores favorece o aprendizado e a busca de alcançar as metas, estimula a melhoria contÃnua dos processos.
Comparar com outros (benchmaking) – permite identificar boas práticas e estimula a melhoria e a troca de experiências.
O livro, embora interessante, difere dos anteriores [1, 2 e 3] na objetividade e enfoque prático. Assim, mais do que orientar à produção de gráficos e imagens visualmente comunicativos, o texto apresenta muitas curiosidades e chama a atenção para detalhes que tornam a observação do mundo mais interessante. Seja pela exposição feita por Galileu sobre as luas de Júpiter, seja pelas caracterÃsticas dos impressos com horários de trens e aviões ou, ainda, por analisar notações usadas para descrever passos de dança.
Não importa o que aconteça, a premissa moral operacional do design da informação deve ser que nossos leitores estejam alertas e cuidadosos; eles podem estar ocupados, ansiosos para seguir em frente, mas não são estúpidos.
Dados espalhados por páginas e páginas exigem que os visualizadores confiem na memória visual – uma habilidade fraca – para fazer um contraste, uma comparação, uma escolha.
As previsões são parte do processo para estabelecer metas adequadas. Se o processo está estável, podemos concluir que – se não fizermos nada – os resultados existentes serão mantidos ao longo do tempo. Assim, qualquer meta superior ao resultado atual representa algum progresso.
Se a previsão indica que os resultados irão piorar ao longo do tempo, como a produção de uma máquina que está envelhecendo ou a venda de um produto que está se tornando obsoleto, a meta para manter o desempenho atual já tem uma dose de desafio.
Dica: É importante que as projeções, quando representadas em um gráfico como continuidade de resultados já obtidos, sejam mostradas de uma forma diferente, por exemplo por uma linha tracejada ou uma barra de cor diferente (de preferência mais suave).
Silver, Nate. The Signal and the Noise: Why So Many Predictions Fail-But Some Don’t. The Penguin Press. New York, 2012. (Em inglês) – Que mostra os cuidados e perigos das projeções.
Ele conta as influências que o tornaram um cientista, as aventuras e dificuldades da adolescência e sua relação com Arlene, sua primeira mulher e maior amor. As histórias mostram uma pessoa inteligente, sensÃvel, persistente e, principalmente, curiosa, como devem ser todos os cientistas.
Geralmente acontece quando os dados não podem ultrapassar um limite. O pico se aproxima de um dos lados, e os dados fora de padrão decrescem para o lado oposto.
Bimodal
O histograma bimodal, ou com dois picos, geralmente ocorre quando são tratadas duas amostras distintas. A análise deve ser feita separadamente, observando ao desenho dos dois gráficos. Edward Tufte [1] apresenta, didaticamente, um histograma com distribuição bimodal de estudantes de faculdade organizados por altura, (veja a foto).
1. Tufte, Edward. Mini Tufte. Versão eletrônica. Página 40, reproduzido de Brian L. Joiner. “Living Histogramsâ€. International Statistics Review, 43 (1975). pp. 339-240. DisponÃvel em: https://www.cs.unm.edu/~pgk/IVCDs14/minitufte.pdf Acesso em 5.3.21
Para exemplificar, ele apresenta em detalhes as análises que levaram a identificar a fonte da cólera em Londres em 1854 e o acidente com o ônibus espacial Challenger, que já havia explorado no livro Beautiful Evidence. Naquela publicação, ele fez uma análise das causas básicas do acidente que provocou a explosão do ônibus espacial, matando 11 pessoas e trazendo um prejuÃzo enorme à reputação da NASA. Ainda comenta as diferentes visões e explicações dos administradores, psicólogos e engenheiros que tentaram explicar os fatos que levaram à catástrofe.