Indicadores – Com que frequência medir?

Quem faz dieta para perder peso não sobe na balança apenas uma vez por trimestre. Mas, fazer a pesagem três vezes ao dia também não faz sentido.

Nos processos empresariais, administrativos ou não, ocorre o mesmo. Cada processo tem seu ritmo e isso deve ser levado em conta para decidir a frequência das medições e das análises dos indicadores de desempenho.

A frequência de cálculo dos indicadores não deve ser baseada na frequência dos relatórios e das análises usuais na organização.

A coleta de dados para os indicadores deve der feita com a periodicidade necessária ao processo que se deseja gerir, de modo a identificar desvios logo que possível, mas não tão frequentemente que crie ruídos. Então, a verdade é que não existe uma frequência ideal para acompanhar todos os indicadores.

Alguns indicadores, como os calculados a partir do balanço da empresa, costumam ser acompanhados trimestral, quadrimestral ou anualmente. Indicadores de desempenho operacional, como os que descrevem o comportamento de processos de produção, são acompanhados quase em tempo real, pois os desvios têm de ser percebidos e corrigidos de imediato. Mas, a maioria dos indicadores usados na gestão acabam sendo calculados e apresentados mensalmente.

Em caso de dúvida, é melhor começar com medidas mais frequentes e, depois das primeiras análises, espaçar. Em outros casos, a disponibilidade dos dados impõe a frequência possível, como geralmente ocorre nos indicadores financeiros.

Os critérios que ajudam a definir o período ótimo incluem:

  • Importância de resposta rápida, como no controle de processos industriais.
  • Disponibilidade ou custo de colher as informações necessárias para o cálculo do indicador.
  • Nível de influência do resultado medido no negócio ou no processo.
  • Ênfase que se deseja dar à necessidade de melhoria do resultado para a equipe. Se é necessária uma mudança rápida, medidas mais frequentes ajudam a acelerar o processo de melhoria,
  • A dinâmica do processo que está sendo medido. Por exemplo, se o objeto do acompanhamento é a mudança da cultura de segurança na empresa – um fenômeno que ocorre lentamente – pode ser melhor medir semestral ou anualmente.

Nota: Parcialmente baseado no texto “How to set your KPI’s Calculation Cadence” de Stacey Barr, publicado em 21.07.16 (www.staceybarr.com).

A Melhoria dos Processos

Gap

A melhoria de um processo exige o uso de duas ferramentas gerenciais: o Plano de Ações e Indicadores.

O Plano de Ações é uma lista de atividades, com os respectivos responsáveis e prazos, que servirá para referência dos envolvidos e para acompanhamento da execução.

Os Indicadores são medidas que permitirão saber se o Plano de Ações está ou foi executado (% de realização física do Plano de Ações) e saber se a execução do Plano está trazendo melhorias efetivas ao processo.

O Diagnóstico é uma ação gerencial de análise do processo e de seus resultados para identificar problemas e oportunidades para melhoria. Pode fazer uso de diversos abordagens como MASP, benchmarking, etc.

O objetivo maior de um indicador é permitir a comparação com um resultado de referência ou meta. Portanto, deve servir para mensurar a diferença entre o resultado existente e o desejado (gap ou desvio).

Meça e eles farão. Mas, não o que você quer.

Carousel

Uma medida comum em companhias aéreas é o “Tempo para descarregar a bagagem”. Em uma companhia, o executivo sênior observou que um empregado pegou uma pequena valise, colocou rapidamente no carrossel e foi bater papo com os colegas.

Confuso, o executivo explorou o assunto e descobriu que o indicador usado na gestão do processo avaliava o tempo entre o pouso do avião e a colocação da primeira bagagem no carrossel. Logo, a equipe se esmerava em obter um bom resultado para o indicador. Mas, só para o indicador. Para os diretores que observam a empresa pelas métricas, o mundo era cor-de-rosa mas, operacionalmente, e para os clientes, a coisa não ia tão bem. Por que o indicador usava a primeira bagagem e não a última? Por ser mais fácil de medir. Ao colocar a primeira bagagem, liga-se o carrossel (momento facilmente caracterizado). Ao se colocar a última bagagem, o carrossel permanece rodando (caracterização mais difícil).

Portanto, quando escolhemos um indicador, temos que ser críticos e levar em consideração possíveis interpretações e “jeitinhos”, para que efetivamente tenhamos uma alavanca para a manutenção ou melhoria dos processos.

Nota: Texto baseado em exemplo citado no livro: Neely, Andy et alli. The Performance Prism: The Scorecard for Measuring and Managing Business Success. Prentice Hall. Great Britain. 2002.

Sistemas de indicadores

Medidas

Há vários formas de estabelecer um sistema de Indicadores. Uma das mais antigas foi sugerida por Juran (Juran, J. M. Planejando para a Qualidade. Editora Pioneira. 1ª edição, 1990.), que a denominou Pirâmide das Unidades de Medida. Depois vieram outras como a Quantum (Hronec, Steven M. Sinais Vitais. Matron Books), Balanced Scorecard (Kaplan, Robert S., Norton, David P. A Estratégia em Ação: Balanced Scorecard. Editora Campus. 13ª edição. 1997), Prisma (Neely, Andy et alli. The Performance Prism: The Scorecard for Measuring and Managing Business Success. Prentice Hall. Great Britain. 2002), etc.

Analise e compare, antes de escolher o “teu” sistema.

Obstáculo para um bom ambiente de trabalho

Medidas no RH

Consolidando o aprendizado de muitos anos na busca das melhores empresas para trabalhar, a Great Place to Work GPTW identificou os 7 obstáculos para isso. E o obstáculo 3 é a falta de medição e acompanhamento.

Na análise feita, eles afirmam que os Indicadores não servem apenas para monitorar a produtividade, mas são uma ferramenta útil e indispensável na gestão do capital humano.

Fonte: Jennifer Amozorrutia, junio 2015, 7. Disponível em http://gptwpe.nonprofitsoapbox.com/publicaciones-y-eventos/blogs-y-noticias/1019-7-obstaculos-al-crear-un-gran-lugar-de-trabajo.  Acesso em 7.11.17.

RH Estratégico. O que é? Como medir?

Tornar o RH estratégico é assunto da moda e, acredito, logo será uma questão de sobrevivência.

Pensando em como medir o quanto o RH é estratégico – afinal. medição é o nosso core business – concluímos que o indicador Lucratividade por Empregado ou, de uma forma mais fácil e indireta, Faturamento por Empregado, seria o adequado.

Mas por quê uma medida de produtividade serviria para avaliar a contribuição estratégica do RH? Vamos entender o indicador para, em seguida, listar algumas razões.

A produtividade consiste em maximizar o aproveitamento dos recursos.
Então, a medida mais simples de produtividade é:

Produtividade = Resultados
.                         Recursos

Quando pensamos nas contribuições esperadas das pessoas em uma organização, temos que imaginar que elas terão que – de algum modo – se refletir, direta ou indiretamente, em lucro*. Então, para o caso específico, teríamos:

Produtividade = Lucro
.                          Empregados

Mas, por diversos motivos, as empresas têm restrições em informar seus lucros. Portanto, como de modo geral em uma mesma organização o lucro é aproximadamente proporcional ao faturamento, podemos simplificar para:

Produtividade = Faturamento
.                                 Empregados

Mas, antes que sejamos acusados de querer explorar o trabalhador, cabe esclarecer que, em indicadores expressos por uma relação, podemos ampliar o resultado aumentando o numerador (faturamento) ou reduzindo o denominador (quantidade de empregados).

Embora a tendência, nesses casos, seja mesmo de reduzir a mão de obra necessária às operações, o RH estratégico também pode trabalhar a qualificação das pessoas, por exemplo ampliando a capacidade para inovar, para conseguir maior receita sem aumento da equipe. Logo, obter maior produtividade.

Outro aspecto importante é que não existe RH estratégico que trabalha apenas observando a chamada “área de RH”. É necessário troca de ideias e cooperação com as demais áreas da organização. Aqui o indicador se torna um elemento positivo para a condução do diálogo com as outras áreas.

O gestor de RH deve sentar com cada responsável pelas outras áreas da empresa e buscar identificar o que podem fazer, juntos, para que a relação Faturamento por Empregado cresça, sem esquecer que cabe ao RH zelar para que essas ações sejam feitas de forma ética, saudável e sem prejuízo para a preservação da cultura e do clima organizacional.

Esses diálogos vão esclarecer objetivamente como o RH pode contribuir de forma efetiva para o sucesso da organização e, ainda melhor, o indicador permitirá que se possa medir o progresso.

A verdade é que a métrica não mede apenas a contribuição do RH, pois o investimento em uma nova máquina, por exemplo, também contribuirá para a melhora dos resultados. Mas o RH estará colaborando para que haja gente qualificada para a operação do novo equipamento. A alta direção da organização certamente perceberá que o RH, quando persegue nas ações e nas reuniões uma maior produtividade, expressa pela medida do Faturamento por Empregado, está contribuindo de forma estratégica para o sucesso da organização.

Então, mão a obra. Qual foi a produtividade per capita de sua empresa no ano passado? Qual a contribuição do RH para que este ano seja melhor? ou, ainda mais importante, o que será feito para melhorar o resultado do próximo ano? Sucesso!

* -“É impossível uma pessoa sobreviver se parar de respirar, como é impossível uma empresa sobreviver sem ter lucro. Mas ninguém vive só para respirar, respirar é simplesmente uma necessidade da sobrevivência. Assim também o lucro: nenhuma empresa vive só para ter lucro, o lucro é um instrumento para a sobrevivência da empresa”. – Peter Nadas, em Ética Empresarial.

Compare teus resultados de RH

O fim do ano está chegando e é necessário estabelecer as metas para 2018. Que tal comparar os resultados de sua empresa com outras e definir metas mais consistentes?

Registre-se gratuitamente em www.indicadoresrh.com.br e, após fornecer os dados de sua empresa, gere um relatório comparativo com 12 indicadores de RH de mais de 180 empresas. Dúvidas? Ligue 41 3324-5336 ou atendimento@bachmann.com.br.

A Bachmann & Associados desenvolve, desde 2008, um programa de benchmarking de indicadores de RH, com o apoio da Associação Brasileira de Recursos Humanos ABRH.

Um retrato da gestão de pessoas no Paraná – Parte II

A 9ª edição do Benchmarking Paranaense de RH, um levantamento anual de indicadores clássico de RH produzido pela Bachmann & Associados, em parceria com a ABRH-PR, mostrou uma sensível melhora nos resultados em relação aos anos anteriores.

Os valores alcançados refletem o esforço dos gestores de recursos humanos para superar as dificuldades e manter a competitividade de suas empresas mas também os efeitos da crise econômica que se abateu sobre todos os estados da federação. Embora descrevam a realidade paranaense, os resultados podem servir de referência (benchmarks) para organizações de outras regiões.

Conheça alguns resultados:

Terceirização

O levantamento confirmou que a terceirização é pouco praticada nas empresas paranaenses, provavelmente devido às restrições então impostas pela legislação e à ideia de que se trata apenas de recurso para reduzir despesas e transferir responsabilidades trabalhistas. No geral, os terceirizados corresponderam a pouco menos de 10% do pessoal permanente.

Remuneração variável

Em média, 40,6% dos empregados receberam alguma forma de remuneração variável em 2016. O setor mais avançado neste aspecto é o industrial, com praticamente metade dos empregados (50,6%) tendo esse benefício.

Escolaridade e treinamento

O perfil de escolaridade, como previsto, varia bastante com o segmento de negócio. Os profissionais com maior preparo estão no setor de serviços e a menor exigência de pessoal com nível superior é no comércio. O segmento da educação, como esperado, apresentou o maior percentual de pós-graduados (38,8%).

No geral, em 2016 as organizações investiram 1,1% do tempo de seus empregados em treinamentos (aproximadamente 29 horas por empregado no ano). O mesmo resultado de 2015 e inferior a meta de boa parte das empresas, de 40 horas anuais de treinamento por empregado.

Participação feminina

O levantamento também evidenciou que a participação feminina na força de trabalho se mantém estável nos últimos anos, no nível de 40%, com o setor de serviços apresentando o maior percentual de mulheres (56,2%), enquanto no setor industrial elas representam pouco menos de um quarto das equipes (23,6%).

Taxa de acidentes

Embora 51 organizações (28% da amostra) não tenham reportado qualquer acidente com afastamento, a Taxa de Frequência de Acidentes com Afastamento (TFCA) média em 2016 foi de 7,95 acidentados por milhão de horas trabalhadas. Este valor é o melhor dos últimos cinco anos, embora ainda em um patamar inaceitável pelo custo social e humano que representa.

Veja mais detalhes, inclusive dados setoriais, e os gráficos os demais indicadores no relatório completo https://www.indicadoresrh.com.br/benchmarking/download/?tipo=biblioteca&id=73&file=c523a52587606035c6f427a1db84a5d70493db6e ou compare os resultados de sua empresa fazendo o registro gratuito em www.indicadoresrh.com.br.

Estabeleça metas mais consistentes

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