RH Orientado por Dados: Do indicador ao resultado

Fotografia de uma mão sobre um teclado de computador, com linhas superpostas mostrando relações entre informações.
Imagem de Isabela bela por Pixabay 

De acordo com pesquisa da consultoria Ernst e Young, mais de 70% das organizações muito rentáveis recorrem as métricas para planejar a força de trabalho [1].

Um problema muito comum no uso de indicadores na gestão é acreditar que o objetivo do trabalho é melhorar o resultado das métricas. Mas isso não é verdade. O verdadeiro objetivo é melhorar o desempenho dos processos que são monitorados pelos indicadores.

Parece um detalhe semântico, mas não é. A primeira diferença ocorre na escolha dos indicadores, que devem ser selecionados para mostrar a performance dos processos nos aspectos mais relevantes para a organização.

Exemplifico com os indicadores mais usados para avaliar o processo de recrutamento e seleção (R&S):

  • Tempo para contratar – Corresponde à média dos prazos entre os pedidos de preenchimento da vaga e a data da assinatura do contrato de trabalho ou, no caso de um serviço terceirizado, a data de apresentação de três candidatos qualificados para a entrevista.
  • Custo para contratar – Equivalente à média do total das despesas para divulgação, seleção, exames admissionais etc. em determinado período.
  • Qualidade da contratação – Geralmente obtida por meio de uma pesquisa de satisfação junto aos gestores das pessoas contratadas.

Mas preencher as vagas rapidamente e com baixo custo, ainda que deixando os gestores satisfeitos pode não ser suficiente para atender aos interesses da organização. O feedback dos gestores pode não refletir a realidade, pois é influenciado pela simpatia do recém-contratado e pelas características pessoais e de relacionamento do gestor com a área de recursos humanos. Essa avaliação também ignora os casos em que o novo empregado se decepcionou com a empresa. Então, sendo pragmático, se depois de 90 dias o novo colaborador não pediu desligamento e seu gestor não solicitou sua demissão, temos uma informação barata – e objetiva, por dispensar consultas internas – para avaliar se a entrega do processo de recrutamento foi satisfatória.

Assim, o responsável pelo R&S deveria optar pelas seguintes métricas:

1º – Retenção 90 dias.

2º – Tempo para contratar; não o menor possível, mas o percentual dos casos em que atendeu ao prazo estabelecido em negociação com as áreas clientes, idealmente padronizado por tipo de posição.

3º – Custo para contratar.

Reflexão: Em tua empresa os indicadores usados estão “realmente” ligados aos aspectos importantes para o sucesso da organização ou visam apenas atender burocraticamente à necessidade de ter métricas?

Referência:

1. CR Basso. Guia sobre Gestão Estratégica de Pessoas e Indicadores de RH.

POST250812 em ago/25

Aparência importa? Parece que sim.

O que realmente distingue os CEOs do resto de nós, por exemplo?  Em 2010, três professores da Duke’s Fuqua School of Business pediram a aproximadamente 2.000 pessoas que olhassem para uma longa série de fotos.  Algumas mostravam CEOs e outras mostravam não-executivos, e os participantes não sabiam quem era quem. Os participantes foram convidados a dar notas de acordo com o nível de competência que a aparência indicava.  Entre as conclusões do estudo: os CEOs parecem significativamente mais competentes do que os não-CEOs;  CEOs de grandes empresas parecem significativamente mais competentes do que CEOs de pequenas empresas;  e, sendo tudo o mais igual, quanto mais competente um CEO parecesse, mais gordo seria o salário que ele ou ela recebia na vida real.  No entanto, os autores não encontraram nenhuma relação entre o quão competente um CEO era e o desempenho financeiro de sua empresa.

Fonte: They’re Watching You at Work: What happens when Big Data meets Human Resources. The Atlantic magazine. Disponível em https://www.theatlantic.com/magazine/archive/2013/12/theyre-watching-you-at-work/354681/. Acesso em 3.08.19.