Empresas e a visão sobre as pessoas

Executivos enfileirados como militares. Um se destaca.Há duas filosofias corporativas quanto à geração de estrelas. De um lado, estão as empresas que creem que o talento é inato: ou se tem, ou não. De outro, as que se preocupam em nutrir o talento, as que consideram que uma estrela pode ser desenvolvida.

São dois modelos básicos e determinam como uma empresa se organiza, o que pensa sobre contratação, retenção, motivação, remuneração e recompensas.

As empresas que desenvolvem o talento investem mais nas pessoas e criam mais estrelas do que as que pensam que talento é inato.

Você sabe como tua empresa pensa? As estratégias de seleção e capacitação estão alinhadas com a abordagem?

Fonte: Revista HSM Management, Nov/dez 2011. p. 95 a 96.

Avaliação de treinamento – Modelo de Kirkpatrick

Desenho de professor e alunos na frente de quadro que mostra uma lâmpada acesa.

O Modelo de Kirkpatrick para avaliação dos treinamentos prevê quatro níveis: Reação, Aprendizado, Transferência e Resultados.

Reação: Avalia a reação dos participantes ao treinamento. Trata-se de uma medida da percepção que mede o grau de satisfação dos treinandos. É a medida mais fácil e comum.

Aprendizado: Mede o que os participantes aprenderam no treinamento. Geralmente é realizada pela comparação entre os resultados obtidos em uma avaliação anterior ao treinamento (pré-teste) e outra feita após o treinamento, permitindo que se conheça a variação de conhecimento ou habilidades devida ao treinamento.

Transferência: Avalia o quanto do aprendizado foi incorporado à rotina de trabalho. Tipicamente é feita por meio de entrevistas, realizadas entre 3 e 6 meses após o treinamento, que avaliam se os conhecimentos ou habilidades adquiridas no treinamento estão sendo usados no ambiente de trabalho.

Resultado: Mede se a aplicação do treinamento levou à melhora nos resultados. Por exemplo, um treinamento sobre segurança deveria se refletir em menores índices de acidentes. Trata-se de uma mensuração mais complexa, pois os resultados podem sofrer influência de muitos outros fatores.

Fonte: http://www.masterminds-ink.com/Evaluation.pdf. Tradução livre.

Porcentagens são perigosas.

Imagem feita pela AI Suite do Freepik 

O uso de indicadores expressos em porcentagem é muito comum. O cálculo resulta da divisão entre duas grandezas semelhantes, com a mesma unidade de medida no numerador e no denominador, multiplicada por 100.

Por exemplo, a “Porcentagem de Reciclagem” é obtida pela divisão da quantidade de resíduos reciclados pelo total de resíduos gerados. Assim, se em um mês foram geradas 200 toneladas de resíduos e recicladas 20 toneladas, temos:

         Porcentagem de Reciclagem = (20 /200) x 100 = 10%

As porcentagens são essencialmente uma maneira de expressar uma fração com denominador 100. Por exemplo, 30% equivalem a 30/100. Dessa forma, 20 representa 10% de 200. Porém, ao usar percentuais, é preciso ter cuidado com a linguagem. Por exemplo:

   “As contratações deste ano foram 100% maiores do que no ano passado.”

   “As contratações do ano passado foram 50% menores do que as deste ano.”

Embora ambas as frases tenham o mesmo significado matemático, a percepção das pessoas pode ser diferente.

A principal utilidade das porcentagens é permitir a comparação entre grupos de tamanhos diferentes. Por exemplo, o UNICEF [1] informa que, no Brasil, as cesarianas representam 40% dos partos realizados na rede pública de saúde, enquanto na rede particular esse percentual chega a 84%. Essa informação é mais útil do que  a simples comparação do número absoluto de cesarianas em cada rede.

Por essa razão, grande parte dos indicadores é apresentada como percentuais. Isso porque, mesmo quando a intenção é apenas comparar o desempenho ao longo do tempo dentro da própria empresa, estamos sujeitos a variações na quantidade de empregados, no número de clientes atendidos, no total de horas trabalhadas etc.

No entanto, o uso de percentuais sobre resultados anteriores como indicadores geralmente é inadequado por algumas razões:

1. Eles mostram a mudança relativa, mas não o valor absoluto. Por exemplo, um aumento de 100 para 120 representa 20%, enquanto um aumento de 200 para 220 equivale a apenas 10%, apesar de ambos os casos terem o mesmo acréscimo absoluto (+20 unidades).

2. A variação percentual pode ser enganosa. Se um aumento percentual não é acompanhado de uma redução percentual equivalente, os números não retornam ao valor inicial. Assim, se as vendas aumentam 20% em um mês, de 100 para 120, e no mês seguinte caem 20%, a tendências das pessoas é presumir que o valor voltou ao anterior. No entanto, a queda de 20% sobre 120 resulta em 96 – um valor menor do que o inicial, pois

100 + 20% =120

120 – 20% = 96

Portanto, percentuais sobre valores anteriores não são bons indicadores.

Isso não significa que seja errado apresentar os resultados, calculados período a período, em escala percentual. Aliás, isso é particularmente útil quando precisamos comunicar as variações ou tendências de uma informação sensível como volume de vendas ou faturamento.

Nesses casos, escolhemos um determinado valor, por exemplo o faturamento de janeiro, como base (correspondendo ao valor 100) e apresentamos os resultados dos meses seguintes como percentuais em relação a janeiro. Essa forma de apresentar resultados costuma ser denominada de índice. [LINK]

Ponto percentual

Observe que a diferença entre 3% e 2% não é 1%.  Na realidade, 3% é 50% maior que 2%. Para evitar a confusão, deve-se dizer que 3% é um ponto percentual maior que 2%.

Reflexão

Você tem tratado os percentuais com o cuidado que eles precisam para uma comunicação correta?

Referência

1. UNICEF alerta para elevado número de cesarianas no Brasil. Nações Unidas Brasil, [s.d.]. Disponível em: https://nacoesunidas.org/unicef-alerta-para-elevado-numero-de-cesarianas-no-brasil/amp. Acesso em: 19 fev. 2025. [Indisponível].

Post250513 de jun/12, atualizado em fev/25.