O livro “Boas Práticas de RH” já está disponível (Pré-lançamento)

Capa do livro "Boas práticas de RH", com um sol dourado ilumionando a praia.

O livro Boas Práticas de RH: O que eles fizeram e deu certo é uma coletânea de experiências de sucesso que tiveram impacto positivo nos resultados da gestão de recursos humanos. Resume soluções e estratégias que foram adotadas pelos mais diversos tipos de organizações e reconhecidas por terem contribuído para melhorar, de forma mensurável, o desempenho das pessoas, da área de gestão das pessoas ou do negócio.

As práticas estão agrupadas conforme o indicador de resultados mais influenciado, facilitando encontrar ideias aplicáveis às situações específicas de interesse do leitor.

Uma coisa legal é que você não precisa ler de ponta a ponta. Pode escolher o indicador ou tema que te interessa melhorar agora e Ir direto ao capítulo correspondente.

O livro, nas versões eletrônica e impressa, pode ser adquirido na Amazon www.amazon.com.br/dp/B07L416T25

O autor

Dórian L. Bachmann é engenheiro químico e ocupou diversos cargos técnicos e gerenciais. Trabalhou na IBM, na URBS e na Petrobras, antes de fundar a Bachmann & Associados, consultoria especializada em indicadores de desempenho e benchmarking. É coordenador do Benchmarking de Indicadores de RH, feito em parceria com a ABRH há 10 anos. LinkedIn: linkedin.com/in/bachmann

Diversidade de gênero

Desenho esquemeatico com grupo de homens na esquerda e mulheres na direita.

No Paraná, a participação feminina na força de trabalho continua crescendo, embora lentamente. Em 2017 alcançou 43,0%, o maior valor na série histórica iniciada em 2007 [1].

No Brasil, mulheres são apenas 9% em conselhos administrativos. A conclusão é de levantamento feito pela consultoria SpencerStuart [2]. O estudo analisou 187 empresas listadas em Bolsa e mostrou que a presença de mulheres nos conselhos de administração aumentou 15% em 2017, se comparado ao ano anterior. Apesar disso, o Brasil tem apenas dez mulheres presidentes de conselho, e a participação feminina – 9,4% – equivale a menos da metade da média internacional, de 24,1%.

Fernando Carneiro, presidente da SpencerStuart no Brasil, afirmou em entrevista ao Estadão/Broadcast que “há iniciativas para promover a diversidade, principalmente de gênero, mas elas são dificultadas pelo predomínio de profissionais de áreas em que a presença feminina é menor, como a financeira, e a exigência de experiência”.

Referências:

  1. Bachmann & Associados & ABRH-PR. 10º Benchmarking Paranaense de Recursos Humanos 2018: Dados de 2017. Curitiba. 2018. Disponível em: https://www.indicadoresrh.com.br/benchmarking/download/?tipo=biblioteca&id=73&file=a9460926c05966f101746a247f9696bd485ce305
  2. https://economia.estadao.com.br/noticias/governanca,mulheres-sao-so-9-em-conselhos-no-brasil,70002426274

Serviço

Na tua organização a participação feminina é boa, quando comparada com os concorrentes? Descubra em www.indicadoresrh.com.br

Conflito entre Indicadores

Setas apontando em diversas direções

Algonquin Park – Ontário, Canadá – by Dórian

No processo de selecionar os indicadores, é importante escolher métricas que ofereçam uma compensação ou balanceamento, para evitar que o empenho em alcançar uma meta leve a outros resultados que não são desejados. Um exemplo é dado pela prática comum de medir o percentual de consultas solucionadas no primeiro contato, usado nos call centers [1]. Para se contrapor a esse indicador, que poderia levar a atendimentos exageradamente longos e caros, pode ser acompanhada também a métrica Duração dos Chamados. Esse último indicador pode servir de referência para balizar a meta do Percentual de Atendimento, visando buscar um equilíbrio que atenda à expectativa dos clientes e à necessidade de eficácia da empresa.

Outro exemplo seria o departamento de transporte de uma empresa que, focado na medida da “Eficiência de utilização”, passa a esperar maiores volumes de mercadoria antes do envio de um caminhão (para melhor aproveitamento dos recursos) em prejuízo da medida “Percentual de entregas no prazo”, voltada para a satisfação dos clientes.

Referência: 1- http://www.performancemagazine.org/what-is-kpi-balancing/ em 17.01.17.

Metas – Uma ferramenta de comunicação interna

Desenho de montanha com bandeira no topo.

Um aspecto que pode dar maior eficácia na gestão com indicadores é usar metas fáceis de lembrar. Vamos exemplificar: uma organização de âmbito nacional estabeleceu que, em determinado prazo, deveria atender 5% das 3.067.597 pequenas empresas varejistas do país. Como resultado, estabeleceu a meta atender 145.556 empresas. Seria mais conveniente arredondar esse número para 145.000, simplificando a memorização e tornando o alvo mais atrativo.

Em um hospital de Curitiba, a meta de absenteísmo em um dos setores era de 2,97%. Ora, não faz sentido esse nível de precisão. Uma meta de 3,0% teria o mesmo efeito prático e seria mais “atrativa” e fácil de lembrar. Entretanto, principalmente quando o alcance das metas está associado a algum tipo de recompensa, é importante que os critérios de arredondamento estejam previamente definidos.

Causa e efeito – uma análise interessante

Gato brincando com lã

As correlações podem ser valiosas, especialmente para fazer previsões. Mas isso não basta. Para termos controle sobre nossa capacidade de fazer mudanças, precisamos saber se realmente existe um relacionamento causal.

Por exemplo, o geneticista inglês Ronald A. Fisher identificou uma correlação entre a importação de maçãs e a taxa de divórcios, que claramente não tem relação de causa e efeito. Assim, limitar a compra internacional da fruta não é solução para melhorar o relacionamento dos casais.

Outra razão pela qual dois fatores podem ser correlacionados, ainda que não haja relação de causa e efeito, é quando eles têm uma causa comum.

Tais confusões são muito comuns na literatura científica. Por exemplo, um estudo de 1999, publicado na revista Nature (www.nature.com/articles/20094) mostrou que crianças com menos de dois anos de idade que dormiam com luzes noturnas eram mais propensas a ter miopia. Outros pesquisadores mostraram mais tarde (www.nature.com/articles/35004663) que os pais míopes eram mais propensos a manter as luzes acesas durante a noite. Pode ser que os pais fossem uma causa comum do uso de luzes noturnas e, em virtude de herança genética, a miopia fosse transmitida aos filhos. Nesse caso, a razão pela qual os dois fatores podem ser correlacionados, embora não tenha relação de causa e efeito, é que eles têm uma causa comum.

Fonte: Nick Barrowman, “Correlation, Causation, and Confusion,” The New Atlantis, Number 43, Summer/Fall 2014, pp. 23–44. Disponível em: http://www.thenewatlantis.com/publications/correlation-causation-and-confusion. Acesso em 25.04.17.

Gráfico com a variação do PIB da China

Fonte: Empiricus Research. E-mail de 15.07.15.

Nota: Além de permitir previsões, as correlações podem ser usadas em análises. Uma publicação financeira fez o seguinte comentário: “É interessante observar que o governo Chinês informou uma inesperada recuperação do PIB. Entretanto, o índice de Fretes em Containers, que costuma apresentar uma boa correlação com o PIB não corresponde à boa notícia. Então, o Mercado colocou a notícia sob suspeição”.

Muito cuidado com as medidas!

Cemitério

A escolha dos indicadores frequentemente gera efeitos indesejados, especialmente quando vinculadas a bonificações. Este é mais um exemplo.

Por causa de altas taxas de mortalidade nas cirurgias de alto risco, os hospitais de atendimento aos veteranos de guerra começaram a medir e recompensar os administradores com base no “número de mortes cirúrgicas”.

Como resultado, muitos pacientes passaram a ter as cirurgias negadas, pois seus casos eram considerados de alto risco e, consequentemente, poderiam aumentar as taxas cirúrgicas da morte.

Fonte: Michael J Mann, MD, “Mission Betrayed: How the VA Really Fails America’s Vets”. Citada por Dean Spitzer no LinkedIn, em 30.10.18.

Serviço; Um resumo do caso pode ser encontrado na entrevista disponível em https://www.lifeextension.com/Magazine/2018/11/Mission-Betrayed/Page-01.

 

Escolhendo indicadores

Fita meetrica desenrolada

A importância da medição do desempenho dos processos é enfatizada pela máxima da qualidade total: “Se você não pode medir, você não pode gerenciar”. Graças a internet, não sabemos se quem disse isso foi Deming, Falconi, Einstein ou o Érico Veríssimo. Mas, independentemente da origem, sabemos que é verdade. De fato, se o gestor de um sistema qualquer não é capaz de avaliar os efeitos das decisões tomadas, certamente não tem condições de administrá-lo.

Uma organização é um sistema que existe para entregar valor às partes interessadas. Portanto, toda medida deve ser feita com o propósito de permitir que a organização determine o sucesso ou não em atingir seus objetivos e cumprir a sua missão.

Há, porém, uma dificuldade. Qualquer área tem um número muito grande de indicadores que podem ser usados. Entender quais podem trazer efetiva contribuição à administração é uma das atividades mais importantes para estruturar o Sistema de informações para Gestão. E tudo começa por definir ou conhecer a estratégia da área, que depende – ou deveria depender – da estratégia da organização.

A medição do desempenho dos processos traz diversas vantagens, como:

  • Melhora a comunicação
  • Informa o nível de performance
  • Melhora o gerenciamento
  • Permite comparações
  • Propicia uma cultura de mudanças e promove a melhoria contínua dos processos.
  • Mostra progressos
  • Apoia o sistema de remuneração e incentivos para motivar o desempenho dos colaboradores.
  • Ajuda nas negociações

Vale lembrar que nem todos os dados coletados pelas empresas se destinam à medida de desempenho ou à gestão. Muitos são usados para atender exigências legais, como os relativos aos acidentes e à movimentação de pessoal, e outros atendem à necessidade das decisões operacionais e análises relacionadas às melhorias ou à investigação de acidentes.

Como redigir metas SMART

Imagem de Gerd Altmann por Pixabay

Em muitos lugares é ensinado que as metas, para serem eficazes, devem ser SMART. Isso realmente faz diferença. Mas o que é uma meta SMART?

Uma meta SMART é aquela que atende aos seguintes requisitos:

  • Specific – Específica, esclarecendo de forma objetiva e clara o que se deseja alcançar.
  • Measurable – Mensurável, permitindo que se possa avaliar o progresso feito e se a meta foi ou não alcançada.
  • Achievable – Alcançável ou factível, nas circunstâncias e com os recursos disponíveis.
  • Relevant – Relevante para a melhoria do sistema ou processo que está sendo gerido ou para as pessoas envolvidas.
  • Time bound – Definida no tempo, isto é, com prazo definido para ser alcançada.

O atendimento a essas exigências pode ser facilmente verificado por meio das seguintes perguntas [1]:

  • Specific (específica): Você pode descrever de forma clara e objetiva o que se deseja conseguir?
  • Measurable (mensurável): Você consegue avaliar o progresso dos resultados rumo a meta?  
  • Achievable (factível): A meta pode ser alcançada?
  • Relevant (relevante): Alcançar a meta trará ganho?
  • Time bound (definida no tempo): A meta tem prazo para ser alcançada?

Se você respondeu não a qualquer dos critérios acima, deve considerar a conveniência de reescrever a meta.

Dicas

  • As pessoas costumam dizer que os indicadores devem ser SMART. Na verdade, o conceito se aplica às metas e não às métricas.
  • O que torna uma meta realmente smart é o envolvimento da pessoa ou da equipe que deve alcançá-la.

Curiosidade

O acrônimo SMART, de Specific, Measurable, Attainable, Relevant and Time-sensitive, é um dos mais usados na área de negócios. Foi criado por George T. Doran e publicado na revista Management Review de novembro de 1981 [2].

Referências

1. Locey, Penny and Hill, Linda A. Setting Goals: Expert Solutions to Everyday Challenges. Boston. Massachusetts. 2009.

2. Bachmann, Coriceu. Princípios de Gestão de Sistemas de Informação: Melhor informação, melhor decisão. Kindle Edition. 2016. Disponível na Amazon.

“Uma das diretrizes que dou às pessoas para escrever metas é usar palavras que um aluno da 5ª série (10 anos) entenderia. Não se trata de simplificar nossos objetivos. Mas sobre ter certeza de que eles podem ser entendidos com precisão. Se, em vez disso, eles forem escritos com jargão de gerenciamento, conceitos abstratos e palavras vazias, as pessoas geralmente não entenderão ou criarão sua própria interpretação incorreta”. – Stacey Barr

Post 240411 de out/18, atualizado em abr/24.

Eficácia no recrutamento e seleção

Conjunto de homens de neg´pcio em que uma mão escolhe um

Para avaliar a eficácia do Processo de Recrutamento e Seleção, a Catho [1] usa os indicadores:

  • Tempo para contratar
  • Custo para contratar
  • Qualidade da contratação

Em uma visão mais abrangente, Jac Fitz-enz [2] recomenda que se meça :

  • Tempo de resposta
  • Tempo para preencher a vaga
  • Custo de contratação
  • Taxa de aceite
  • Qualidade das contratações

Mas, o “Custo para Contratar” e o “Tempo para Contratar” são indicadores que contam apenas parte da história e não devem ser, de modo algum, os mais importantes na gestão dos processos de recrutamento e seleção.

Uma seleção rápida e barata, que inclusive pode ser feita por profissionais pouco preparados, pode levar a organização a contratar pessoas inadequadas que serão desligadas em curto período de tempo. Isso traz custos financeiros para a empresa e emocionais para a equipe; mas, pode ser ainda pior, o profissional inadequado pode “ir ficando” ainda que não ofereça o que a empresa poderia ter pelo mesmo custo. Logo, é fácil imaginar que a melhor prática seria considerar os custos da contratação e também os benefícios que o contratado pode trazer à organização ao longo de sua vida na empresa.

Esse indicador é o “Retorno sobre o Investimento” (ROI, na sigla em inglês) que, embora na maioria dos casos exija algumas estimativas, é sem dúvida uma referência mais adequada para avaliar e direcionar o processo de recrutamento e seleção.

Sendo assim, porque o RH insiste em usar o “Custo para Contratar” como o indicador chave da atividade? A McKinsey [3] dá uma pista ao afirmar que os gestores de RH têm dificuldades para medir os impactos da função na organização e preferem uma métrica fácil de calcular.

Parece evidente que economizar alguns reais na contratação e conviver com um profissional errado por muitos anos, o que certamente terá um custo bem maior, não é a melhor opção. Um levantamento do Boston Consulting Group [4] indica que empresas que contratam bem – e isso certamente não é contratar mais barato – têm margem de lucro duas vezes maior que as empresas que não concentram esforço nessa atividade.

Essa é uma análise importante que o gestor de RH deve fazer para estabelecer as diretrizes e o processo de contratação da organização.

Referências:

  1. Comunicação de Thomas A. Case, de 5.3.07
  2. Fitz-enz, Jac e Davison, Barbara. How to Measure Human Resources Management. McGraw-Hill. 2002. 3rd edition. p. 103.
  3. Green, David. Cost Per Hire: It’s the wrong recruiting metric, Gromit. Disponível em:
    https://www.linkedin.com/pulse/20141204082733-12091643-time-to-cure-cost-per-hire-myopia/ Acesso em 6.07.18.
  4. Boston Consulting Group. Realizing the Value of People Management: From Capability to Profitability. Disponível em: www.bcg.com/publications/2012/people-management-human-resources-leadership-from-capability-to-profitability.aspx. Acesso em 6.07.18.

Pesquisas – Melhores empresas para trabalhar

Exame - Melhores empresas

Como são as duas pesquisas de “melhores empresas para trabalhar” no Brasil?

No que diz respeito à coleta de dados, as metodologias das duas pesquisas são semelhantes. Mas que tipo de empresa é a “melhor para trabalhar”, segundo essas pesquisas?

A Pesquisa GPTW/Época parte de um modelo em que um bom ambiente de trabalho é descrito como um lugar no qual você confia nas pessoas para quem trabalha, tem orgulho do que faz e gosta dos colegas. De acordo com esse modelo, o funcionário de qualquer organização desenvolve três relações básicas no ambiente de trabalho: a primeira com a direção da companhia em todos os níveis (Confiança, subdividida nas categorias Credibilidade, Respeito e Imparcialidade), a segunda com a própria tarefa, o trabalho da equipe e a contribuição da empresa para a comunidade (Orgulho), e a terceira com os colegas (Camaradagem). Cada uma dessas cinco categorias (Credibilidade, Respeito, Imparcialidade, Orgulho e Camaradagem) tem peso semelhante no questionário, respondendo por aproximadamente 20% cada uma.

E na Pesquisa USP/Exame?

Na Pesquisa USP/Exame, realizada pela primeira vez em 2006, o modelo teórico é decorrente das pesquisas realizadas pela Fundação Instituto de Administração da USP (FIA-USP) há mais de 20 anos. Reduz-se o peso dado para Satisfação e Motivação como parâmetro principal da relação das pessoas com a empresa e incorpora-se o tema da Identidade, ou a identificação dos funcionários com os valores da empresa e a estratégia do negócio. Além disso, dois indicadores ganham mais peso: 1) Liderança e 2) Aprendizado e Desenvolvimento. Assim, a categoria Identidade tem um peso de 14,1% na nota final de percepção dos funcionários; a categoria Satisfação e Motivação, 46,9%; a categoria Liderança (que demonstra como os funcionários avaliam seus chefes segundo a habilidade para se comunicar, criar compromissos e promover aprendizado, bem como a demonstração de confiança, capacidade de atuar com justiça e de promover o desenvolvimento, além de ser coerente em seu discurso e suas atitudes), 23,4%; e a categoria Aprendizado e Desenvolvimento, 15,6%. Em relação às práticas de gestão de pessoas, a Pesquisa USP analisou seis fatores: remuneração e benefícios; carreira profissional; educação; responsabilidade social e ambiental; integridade física, psíquica e social; e saúde. Isso resulta no Índice de Qualidade na Gestão de Pessoas, que vai de zero a cem pontos.

Fonte: HSM Management Update. Nº 54 – Março 2008.