Contratação centralizada – uma abordagem mais eficaz

Pierre Albert  Berenstein, executivo da GRSA, afirmou: “Nosso turnover médio mensal chegou a ser de 5,9% e baixou para 3,7%, o que ainda significa trocar metade da equipe todo ano, uma reposição complexa em um mercado aquecido pela construção civil, em função das obras de Copa do Mundo e Olimpíada”.

Segundo Berenstein, a GRSA tomou uma série de medidas para melhorar seus indicadores. Uma das mais importantes foi a criação de um Centro de Recrutamento único, que centraliza as contratações, a cargo de especialistas, em vez de espalhar a atividade nas 2 mil unidades da empresa por gestores que tinham outras tantas atribuições além desta. Esse centro não apenas prestou mais atenção ao perfil do profissional e o fez passar por testes com maior rigor, como investiu em treinamento e engajamento das pessoas. Outra medida crucial foi estruturar e dar visibilidade às oportunidades de carreira na empresa.

O resultado dessa mudança nos últimos dois anos tem sido o aumento do número de candidatos por vaga da GRSA – agora são três por vaga, de acordo com Berenstein – uma queda constante no turnover e a crescente melhora no padrão de atendimento, o que deixa os clientes mais felizes.

Fonte: Revista HSM Management. janeiro-fevereiro 2012. p. 124

Desligamento voluntário – Como calcular

Uma parcela importante da movimentação de pessoas que contribui para elevar a rotatividade nas empresas decorre dos pedidos de desligamento pelo próprio empregado.

Uma pesquisa feita pela DBM Brasil indica que 2010 foi possivelmente o primeiro ano em que a rotatividade voluntária foi maior que a forçada no mercado brasileiro [1].

Para contemplar essa realidade, a próxima edição do Benchmarking Paranaense de Recursos Humanos irá incluir a métrica “Desligamento Voluntário”. Consulte o padrão de cálculo em: www.bachmann.com.br/website/idrh.htm.

Fonte:

[1] – Revista Melhor: gestão de pessoas. Ano 19. Nº 285, agosto de 2011. P. 96.].

Gerenciando a retenção

Um mesmo resultado de Rotatividade ou de Retenção pode ter impacto diferente na organização. É evidente que a substituição de um gerente é mais significativa que a de um colaborador de linha de produção ou de balcão. Assim, é sabido que o cálculo da Rotatividade e da Retenção deve ser feita em separado para grupos de pessoas-chave – aquelas que representam conhecimento relevante ou vantagem estratégica – dos demais.

Também para as ações preventivas, é conveniente separar os empregados conforme a importância estratégica ou dificuldade de substituição e a possibilidade da pessoa deixar a empresa. Com esse propósito, a McKinsey [1] desenvolveu um instrumento, denominado Mapa de Risco (figura 1).

Fonte: HSM Management. Como não perder funcionários-chave.  Jan/fev 2011. Pg. 119-122.

A concentração dos esforços nos colaboradores mais importantes para o desempenho da empresa e com risco mais elevado de desligamento permite obter um resultado mais efetivo com menor custo. Uma das ferramentas que ajudam a identificar o risco de perda do colaborador, ao mesmo tempo em que contribui para reduzir essa possibilidade, é a “entrevista de permanência” (stay interview), sugerida por David Ulrich [2].

Referências:

1 – HSM Management. Jan/fev 2011. Pg. 119-122.

2 – HSM Management. Jan-Fev 2011. Pg.125.

Empregados perdidos podem ser uma vantagem competitiva!

Uma suposição implícita da guerra pelo talento é que os profissionais que saem são perdidos para os concorrentes. No entanto, eles também se juntam a “cooperadores” atuais e potenciais, como empresas de clientes, fornecedores e parceiros. Essa movimentação pode facilitar a criação e o fortalecimento de relacionamentos com essas organizações, criando oportunidades de negócios. Este ponto de vista original, e pertinente, está descrito em detalhes no artigo Guerra pelo Talento, pulicado na revista HSM Management (edição jan-fev 2009. pp. 110-115).

O que pensa sobre isto?

Engajamento traz resultados

Os resultados são antigos, mas as conclusões provavelmente ainda são válidas.

Pesquisa realizada nos Estados Unidos cobrindo 24 empresas com ações e mais de 250.000 empregados conduzida ao longo de cinco anos descobriu que os preços das ações das 112 empresas com os empregados de moral mais elevada aumentaram em média 19,4% enquanto as outras empresas na mesma indústria aumentaram apenas 8% – uma diferença de margem de 240% (Sirota survey intelligence 2006).

Um estudo da Watson Wyatt com 115 empresas (2006 a 2008) garante que uma companhia com os empregados altamente engajados tipicamente alcança um desempenho financeiro quatro vezes maior que as empresas com empregados de menos atitude. Adicionalmente, maior compromisso com a organização e com o trabalho, afetados significativamente pelo nível de engajamento, também leva a redução do absenteísmo e da rotatividade.

Pesquisa realizada pela Tower Perrin (2005) com mais de 68.000 empregados trabalhando para grandes e médias organizações de 18 diferentes países em quatro continentes, concluiu que empresas com empregados com elevado nível de engajamento também experimentaram uma maior margem nas operações – até 19%, enquanto a margem de lucro líquido, crescimento do retorno e ganhos por ação foram até 28% maiores que nas companhias com empregados com baixo engajamento.

Fonte: Pulp & Paper International. Where can we find a new competitive edge? June. 2010. p. 23.

Satisfação versus Rotatividade

Imagem por Gerd Altmann em Pixabay

A medida da rotatividade é possivelmente a mais popular nas áreas de RH, mas precisa ser bem usada. Observe alguns cuidados.

Levantamento feito pela Society for Human Resource Management (www.shrm.org) em 2010, com 566 empresas, mostrou que mais da metade (51%) usava os resultados da Rotatividade para monitorar a satisfação dos empregados com o trabalho.

  • Isto é feito em sua organização?
  • Julga isto adequado?

Na verdade, o uso da rotatividade geral para monitorar a satisfação dos colaboradores com o trabalho não é uma boa prática, pois a métrica também inclui desligamentos feitos por iniciativa do empregador, por óbitos e outras causas que não guardam relação com a qualidade do ambiente de trabalho.

Mas, se a Rotatividade Geral não é adequada para avaliar o Clima Organizacional, serve para quê?

  • Para gerir os custos da substituição das pessoas.
  • Para prever o número de desligamentos provável em um determinado período, o que é útil para planejar as atividades de recrutamento e seleção.
  • Para medir a perda de capital intelectual da organização, inclusive o conhecimento tácito, que inclui o relacionamento com os clientes e colegas.

Em vez da Rotatividade, a satisfação dos empregados pode ser mais bem avaliada pela Rotatividade Voluntária, que considera apenas os empregados que deixaram a organização por iniciativa própria. Mas, ainda assim, o indicador pode refletir mais a disponibilidade de boas ofertas no mercado do que a efetiva insatisfação com a empresa. Logo, o melhor seria uma medida direta, fazendo uma Pesquisa de Clima que, entre outros benefícios, irá ajudar a identificar os pontos específicos onde são necessárias melhorias.

Atenção

É importante perceber que existe uma diferença entre a “Rotatividade Anual” e a “Rotatividade anualizada”. A primeira é calculada com os dados de um ano e a segunda correspondente a de um mês multiplicada por 12.

Referência

SHRM. http://www.shrm.org/Research/SurveyFindings/Articles/Documents/10-0252%20JobSatSR_TextFNLlowrez.pdf Acesso em 30.07.10.

Nota: Este post inclui trecho do livro Indicadores de RH como Ferramenta de Gestão: obtendo e comunicando resultados. Conheça em www.indicadoresrh.com.br e baixe um capítulo gratuitamente.

Post de ago/10 atualizado em ago/24

Profissionais-chave e a rotatividade

A Rotatividade Geral, que mede as entradas e saídas do conjunto de empregados pode ser útil em muitas ocasiões. Mas, alguns grupos profissionais podem merecer um acompanhamento mais direto. Assim, pode valer a pena acompanhar a rotatividade de grupos específicos, como: gerentes, supervisores, profissionais da área de P&D e outros. Segue um exemplo do impacto que alguns profissionais-chave podem ter no negócio:

A consultoria Independent Project Analysis (IPA), especializada em benchmarking na área de gerenciamento de projetos, mensurou um atraso médio de 12% no cronograma, nos casos em que houve substituição do líder do projeto, comparativamente a projetos similares em que o líder permaneceu.

Rev. em 1.11.22

Uma interessante análise da Rotatividade

Homem saindo por uma porta aberta – Imagem por Tumisu, em Pixabay 

Setores como Varejo e Call Centers têm uma Rotatividade tipicamente elevada. Nesses tipos de negócios, uma Rotatividade de 40% pode ser considerada Classe Mundial. Em muitos casos, a Rotatividade pode ser correlacionada com a política salarial adotada. Salários menores correspondem a Rotatividade mais elevada. Trata-se, portanto, de uma estratégia de negócio.

Veja mais: http://www.hrcapitalist.com/2008/11/64-percent-turnover-sometimes-thats-pretty-good.html (em inglês).

Revisado em ago/22