Sou especialista em indicadores de desempenho e benchmarking. Ajudo na seleção, padronização, apresentação, uso e interpretação de indicadores de desempenho, para identificar oportunidades de melhorias, estabelecer metas mais eficazes e obter aumento da produtividade e competitividade.
Capacitação técnica (graduação e pós-graduação) e gerencial (MBAs em marketing, negócios e tecnologia da informação), reforçada por prática profissional variada e com foco em resultados. Ênfase em gestão por meio da medição de desempenho, com o auxílio de indicadores.
Engenheiro químico com sólida experiência gerencial e em processos industriais e mineração. Vivência em P&D, projeto básico e engenharia de acompanhamento de processos. Trabalhei na Petrobras (Engenheiro, Pesquisador e Gerente Geral da Unidade de Negócios da Industrialização do Xisto), IBM e Companhia de Urbanização de Curitiba.
Fui sócio e diretor da Bachmann & Associados Ltda., consultoria voltada para o uso gerencial de indicadores e benchmarking. Apaixonado pela inovação e pela Qualidade Total como fontes de vantagem competitiva para as organizações. Tenho apresentado palestras e cursos relacionados ao uso de indicadores e do benchmarking na gestão.
Autor do livro "Indicadores de RH como Ferramenta de Gestão: obtendo e mostrando resultados", publicado pela Qualitymark.
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/9716761840221952
Disponível para consultoria no uso de indicadores e benchmarking na gestão, inclusive pro-bono.
A meta de treinamento de “1500 Horas no ano†(número absoluto) pode ser afetada pela mudança na quantidade de trabalhadores. Já um indicador como “Horas de treinamento por colaborador/ano†(uma relação), não está sujeito a este tipo de problema.
Logo, os números absolutos, que podem ser expressos em diversas unidades de medida como moeda, toneladas, número de empregados, megawatts etc., permitem:
Colher dados de forma consistente.
Somar grandezas.
Ordenar sistemas por porte ou outra caracterÃstica.
Calcular indicadores.
Logo, entre um e outro, em muitos casos precisamos dos dois. Mas, não há receita. Analise usando o bem senso.
Uma aná¡lise sobre a evolução e o funcionamento do cérebro.
Carl Segan, conhecido principalmente pelos trabalhos de divulgação científica na área da astronomia, neste livro aborda um tema completamente diferente. Ele mostra as características e potencialidades do cérebro, fazendo comparações inclusive com outras formas de vida, e descreve o aprendizado decorrente de vários experimentos neurológicos.
Alguns trechos interessantes, lembrando que a obra é de 2002:
O Big Bang pode representar o início do universo ou pode constituir uma descontinuidade na qual a informação da história primitiva do universo foi destruída.
A maior parte dos organismos terrestres depende de sua informação genética que é preestabelecida no sistema nervoso em intensidade muito maior do que a informação extragenética, que é adquirida durante toda a vida. No caso dos seres humanos, e na verdade no caso de todos os mamíferos, ocorre exatamente o oposto.
Essa linguagem genética comum a todas as espécies constitui um ponto de apoio à teoria de que todos os organismos da Terra descendem de um único ancestral, situando a origem da vida h uns quatro bilhões de anos.
O mundo é muito velho e os seres humanos, muito recentes. Os acontecimentos importantes em nossas vidas pessoais são medidos em anos ou em unidades ainda menores; nossa vida, em décadas; nossa genealogia familiar, em séculos e toda a história registrada, em milênios. O modo mais didático que conheço para expressar essa cronologia cósmica é imaginar a vida de 15 bilhões de anos do universo (ou pelo menos sua forma atual desde o Big Bang) condensada em um ano. Toda a história conhecida ocupa os últimos 10 segundos do dia 31 de dezembro; e o tempo compreendido entre o declínio da Idade Média e o presente ocupa pouco mais que um segundo.
Uma espécie é um grupo capaz de produzir prole fértil através de cruzamento com outros membros da própria espécie, mas não de outras.
A menos que exista alguma necessidade biológica excepcionalmente forte para o sono, a seleção natural teria favorecido a evolução dos animais que não dormem.
Sem o incentivo vigoroso, a longo prazo e contínuo, da pesquisa científica fundamental, ficamos na posição de comer a própria semente que iria gerar o milho. Podemos escapar da desnutrição por mais um inverno, mas teremos extinta a última esperança de sobrevivência para o inverno seguinte.
A seleção natural serviu como uma espécie de peneira intelectual, produzindo cérebros e inteligência cada vez mais competentes para manipular as leis da natureza. Essa sintonia, extraída pela seleção natural, entre nossos cérebros e o universo pode ajudar a explicar um dilema proposto por Einstein: a mais incompreensível propriedade do universo, disse ele, é ser tão compreensível.
O capítulo 3 (O cérebro e a carroça) apresenta uma visão interessante e complementar ao processo evolutivo descrito por Darwin. Por exemplo:
“MacLean concebeu um modelo cativante da estrutura e da evolução cerebral que ele denomina o cérebro trino. “Somos obrigados”, diz ele, “a nos olhar e a olhar o mundo através dos olhos de três mentalidades bastante diferentes, duas das quais carecem do poder da fala”. O cérebro humano, sustenta MacLean, “compreende três computadores biológicos interligados”, cada um com “sua própria inteligência especial, sua própria subjetividade, seu próprio sentido de tempo e espaço, sua própria memória, suas funções motoras e outras”. Cada cérebro corresponde a uma etapa evolutiva importante separada. Os três cérebros são sabidamente distintos, em termos neuranatômicos e funcionais, e contêm distribuições acentuadamente diferentes dos neuroquímicos dopamina e colinesterase”.
“Eu vos, peço, e ao mundo inteiro, que me mostreis um caráter genérico (…) através do qual se possa distinguir entre o homem e o macaco. Posso assegurar que não conheço nenhum. Desejo que alguém me indique um. Contudo, se tivesse dito que o homem é um macaco, ou vice-versa, ter-me-ia exposto à sanha de todos os eclesiásticos. Pode ser que, como naturalista, eu devesse ter feito isso”. – Carl Linnaeus – Criador da taxonomia, 1788
O bispo Berkeley teve, entretanto, uma réplica sardônica: “Se o fato de os brutos não terem capacidade de abstração for considerado propriedade distintiva desse tipo de animal, receio que grande número daqueles que passam por homens deva ser incluído em seu número”.
Segundo Segan, quando sonhamos o lado esquerdo do cérebro descansa ou executa atividades “internas”. Assim, há mais espaço para que o lado direito, mais criativo, assuma o comando. Isso explicaria porque quase todos os atos criativos famosos consumados em estado onírico são atividades do hemisfério direito, e não do esquerdo.
Por fim, ele polemiza ao afirmar: ‘Quase sem exceção, todas as línguas humanas formaram uma polaridade, uma curva para a direita. “Direito” relaciona-se com a legalidade, o comportamento correto, os elevados princípios morais, a firmeza e a masculinidade; “esquerdo”, com a fraqueza, a covardia, a dispersão de propósito, o mal e a feminilidade.’
E, já próximo do final, ele analisa o desenvolvimento de parte do cérebro como um qualificador do ser humano, inclusive como eventual referência para a decisão da legalidade dos abortos, afirmando “a chave definitiva para a solução da controvérsia sobre o aborto seria a pesquisa da atividade neocortical antes do parto”.
Mas, na edição lida, a tradução para o português, ou a revisão, deixou um pouco a desejar.
Encontrar uma solução para um problema é enormemente facilitado pela certeza de que tal solução existe. – Carl Segan
O livro
Segan, Carl. Os Dragões do Éden. Editora Gradiva. 2002.
No cálculo da maioria dos indicadores que fazem uso da quantidade de pessoas, o Número de Empregados tem sido substituÃdo, com vantagens, pela Força Equivalente de Trabalho (FTE), que corresponde ao número de pessoas trabalhando em tempo integral (40 horas/semana) que teria a mesma carga horária da equipe existente. Assim, duas pessoas que trabalham 20 horas por semana equivalem a uma em tempo integral, ou 1 FTE.
FTE = total de horas contratadas do total dos empregados por semana/40
Uma alternativa comum consiste em dividir o total das horas de trabalho em determinado perÃodo, por exemplo um mês, pelo número de horas que seriam trabalhadas por um empregado contratado para fazer o equivalente a 40 horas por semana nesse mesmo mês.
O tamanho da função RH tem crescido nos Estados Unidos, com os resultados indicando um aumento de 3% desde 2002, resultando em uma relação de 85 empregados para cada profissional de RH em 2003. Na Europa, entretanto, a mudança foi insignificante. Em 2001, a relação de empregados (FTE) para empregados no RH (FTE) era de 88 para 1 e, em 2003, subiu para 90 para 1. Durante esse tempo, os custos por FTE do departamento de RH na Europa cresceram de €1.107,00 em 2001 para €1.135,00 em 2003.
Fonte: PricewaterhouseCoopers. Key trends in human capital: A global perspective. Jan. 2008.
2. Assis, Marcelino Tadeu de. Indicadores de Gestão de Recursos Humanos: usando indicadores demográficos, financeiros e de processos na gestão do capital humano. Qualitymark. Rio de Janeiro. 1ª Edição. 2005.
Escrito por um experiente profissional da indústria de pesquisas, o livro descreve a mecânica pela qual geramos os insights que revolucionam a tecnologia ou apenas nos trazem alguma simplificação na vida pessoal e profissional.
O texto resultou de extensa pesquisa, incluindo referências a autores e personagens conhecidos, como Carl Segan, Kahneman e Sherlock Holmes, e entrevistas com profissionais de áreas tão inesperadas como arqueólogos, agentes secretos, policiais e pesquisadores em universidades.
O resultado é um livro interessante e inspirador que traz, com algumas tiradas bem-humoradas, uma nova visão sobre como as ideias surgem e como podem ser cultivadas para se tornarem mais comuns. Recomendo!
Alguns trechos:
Gerar um insight envolve cinco etapas: reunir matérias-primas, analisá-las em sua mente, deixar seu inconsciente buscar conexões novas e diferentes, ter um momento de eureca, quando a ideia vem à tona e ter o insight validado.
Interpretamos novas informações fazendo conexões com o que já sabemos.
Tendemos (inconscientemente) a ignorar informações que não queremos ouvir.
Crítico das soluções automáticas, como as decorrentes do uso da estatística sem levar em conta o contexto, ele alerta:
“Cuidado com as correlações: As vendas do iPhone estão quase perfeitamente correlacionadas (0,999) com o número de pessoas que morreram por cair de escadas, no mesmo período, nos EUA e no Reino Unido. As vendas do iPhone também estão quase igualmente perfeitamente correlacionadas com o consumo de queijo americano; gastos dos EUA em ciência, espaço e Tecnologia; e com o comparecimento ao Animal Kingdom da Disney World, de acordo com dados que você pode analisar no divertido siteSpuriousCorrelations. E embora esses exemplos sejam obviamente ridículos, a mesma coisa pode acontecer em qualquer análise, especialmente se focalizarmos nossa atenção em testes de significância estatística. Então, da próxima vez que alguém perguntar: “Isso é estatisticamente significativo?” devemos considerar se essa é a pergunta certa. Uma pergunta melhor seria “as diferenças são significativas?”
Grenville investigou soluções adotadas em outras atividades, como a da inteligência, entrevistando um profissional da CIA, e descreve, sugerindo adaptações, a metodologia usada pela agência para prevenir – com algum sucesso – os vieses. Sobre o tema, ele afirma:
Existem pelo menos 288 vieses cognitivos conhecidos – cobrindo tudo, desde a ancoragem até o efeito Zeigarnik. O problema com o viés cognitivo é que você não pode evitá-lo. Você pode estar ciente disso. Você pode tentar mitigá-lo. Mas você não pode impedir que aconteça.
A visão em túnel é perigosa porque pode nos direcionar a encontrar o que esperamos, ao invés do que é real.
Mas há outro preconceito, uma “meta preconceito” no qual [a professora de psicologia de Princeton] Emily Pronin e outros trabalharam, chamado de ponto cego do preconceito. A ideia é que estamos cegos para o fato de que esses vieses cognitivos nos afetam. Podemos ver os preconceitos em outras pessoas, mas achamos que somos imunes a eles.
E recomenda: Gere mais de uma hipótese. Se há algo a ser explicado, pense em todas as diferentes maneiras pelas quais isso poderia ser explicado. Em seguida, pense em testes pelos quais você pode refutar sistematicamente cada uma das alternativas. A que sobrevive, a hipótese que resiste à refutação nesta seleção darwiniana entre ‘múltiplas hipóteses de trabalho’, tem uma chance muito melhor de ser a resposta certa do que se você simplesmente tivesse adotado a primeira ideia que chamou sua atenção.
Como alternativas para minimizar os problemas causados pelos vieses, ele recomenda o trabalho em equipe e o uso dos métodos estruturados para análise e investigação. Inclusive do mais básico deles, a Lista de Verificação.
Listas de verificação e outras técnicas analíticas estruturadas podem nos lembrar de considerar alternativas e não apenas nos contentar com uma conclusão que seja fácil e faça sentido.
Mas alerta: Processos de análise estruturados – quando mal projetados e mal utilizados – podem emburrecer as coisas. E se excessivamente prescritivo pode, involuntariamente, produzir problemas.
Eu assisto muitos filmes de astronautas… Principalmente Star Wars. E até Han e Chewie usam uma lista de verificação. – Jon Stewart
Em resumo, ele acredita que os insights, embora misteriosos, podem ser trazidos à luz por meio da aplicação de um processo deliberado e com mentalidades específicas. E cita que no livro The Evolution of Physics, Albert Einstein e Leopold Infeld ressaltam a importância desse processo: “A mera formulação de um problema é muito mais essencial do que sua solução, que pode ser apenas uma questão de habilidades matemáticas ou experimentais. Levantar novas questões, novas possibilidades, olhar velhos problemas de um novo ângulo, requer imaginação criativa e marca um avanço real na ciência”.
Ele também valoriza a sabedoria popular e insere várias citações no texto. Destaquei algumas:
Vemos apenas o que sabemos. – Johann Wolfgang von Goethe
Os seres humanos são animais em busca de padrões que preferem até mesmo uma teoria ruim ou uma teoria da conspiração a nenhuma teoria. – Christopher Hitchens
Não coloque sua fé no que as estatísticas dizem até que você tenha considerado cuidadosamente o que elas não dizem. – William W. Watt
A história da ciência, como a história de todas as ideias humanas, é uma história de sonhos irresponsáveis, de obstinação e de erro. Mas a ciência é uma das poucas atividades humanas – talvez a única – em que os erros são sistematicamente criticados e com bastante frequência, com o tempo, corrigidos. – Karl Popper
A dúvida é uma condição incômoda, mas a certeza é ridícula. – Voltaire.
Aparelhos elaborados desempenham um papel importante na ciência de hoje, mas às vezes me pergunto se não estamos inclinados a esquecer que o instrumento mais importante na pesquisa deve ser sempre a mente do homem. – Kevin Dunbar
Reservar um tempo para pensar sobre o que está ausente é um desafio. Não há nada para olhar, nenhum número para analisar, nenhum teste para sugerir significância. Nada! – Andrew Grenvile
O livro
Grenville, Andrew. Eureka! the science and art of insights. Maru, Toronto. 2020. Disponível na Amazon.
REVIEW (English)
Written by a seasoned research industry professional, the book describes the mechanics by which we generate the insights that either revolutionize technology or just bring us some simplification in our personal and professional lives.
The text resulted from extensive research, including references to well-known authors and characters such as Carl Segan, Kahneman and Sherlock Holmes, and interviews with professionals in such unexpected fields as archaeologists, secret agents, law enforcement officers and university researchers.
The result is an interesting and inspiring book that brings, with some humorous tirades, a fresh look at how ideas emerge and how they can be cultivated to become more common. I recommend!
A Análise Crítica, ou verificação criteriosa dos processos e seus resultados, deve ser feita de forma sistemática e frequente.
Uma das etapas mais importantes deste processo é a Reunião de Análise Crítica, em que diferentes opiniões, conhecimentos e pontos de vista enriquecem as interpretações. O planejamento da reunião deve incluir:
Lista de participantes, tomando o cuidado de incluir todos os envolvidos, independentemente do nível hierárquico, pois não é uma reunião de gerentes ou supervisores, mas de profissionais.
Frequência, que pode ser mensal, trimestral, etc., conforme as características do processo sob análise, mas não deve variar.
Disponibilidade dos dados, de preferência também na forma de gráficos ou diagramas, além das tabelas, para facilitar a interpretação.
A análise crítica deve observar dois aspectos: os resultados obtidos, comparativamente às expectativas, e a execução física dos planos de ações para melhoria ou correção.
O texto explora a forma humana de pensar, analisar e decidir com base nos dois processos relativamente independentes e mostra o quão irracionais somos na maioria das análises casuais e nas decisões do dia a dia, explicando os mecanismos psicológicos e evolutivos que levam o ser humano a se comportar com pouca racionalidade.
O autor descreve nossa vida mental pela metáfora de dois agentes, chamados Sistema 1 e Sistema 2, que respectivamente produzem os pensamentos rápido e lento.
O Sistema 1 opera de forma automática e rápida, com pouco ou nenhum esforço e nenhuma sensação de controle voluntário.
O Sistema 2 atribui atenção às atividades mentais complexas que a exigem, incluindo cálculos complexos. As operações do Sistema 2 são frequentemente associadas à experiência subjetiva de escolha e concentração.
O Sistema 1 responde mais fortemente à s perdas do que aos ganhos (aversão à perda), o que explica muitas decisões pouco racionais. Enquanto a estatÃstica exige pensar em muitas coisas ao mesmo tempo, algo que o Sistema 1 não foi projetado para fazer.
Alguns destaques:
Você dispõe de um orçamento limitado de atenção que pode alocar às atividades. Isso influencia as análises e as decisões.
As pupilas são indicadores sensÃveis de esforço mental – dilatam-se substancialmente quando as pessoas multiplicam números de dois dÃgitos e dilatam-se mais se os problemas forem ainda mais difÃceis.
Uma compreensão mais profunda de julgamentos e escolhas requer um vocabulário mais rico do que o disponÃvel na linguagem cotidiana.
Na prática as pessoas não aprendem nada com meras estatÃsticas. Um ou dois casos individuais representativos, para influenciar o Sistema 1, são mais eficazes.
Empresas com CEOs premiados posteriormente apresentam desempenho inferior, tanto no valor das ações quanto no desempenho operacional. Ao mesmo tempo, a remuneração do CEO aumenta, os CEOs passam mais tempo em atividades fora da empresa – como escrever livros e participar de conselhos externos – e são mais propensos a se envolver no gerenciamento de resultados.
Em suas decisões, as pessoas superestimam as probabilidades de eventos improváveis e exageram as chances de ocorrer eventos improváveis
A assimetria no risco de arrependimento favorece escolhas convencionais e avessas ao risco.
Os dois “eus†são o eu da experiência, que vive a vida, e o eu da lembrança, que registra os pontos e faz as escolhas. O segundo influencia mais as decisões que tomamos.
Uma leitura recomendada para todos, mas especialmente para jornalistas e outros profissionais da comunicação, que têm responsabilidade por entender e transmitir informações.
Nossa reconfortante convicção de que o mundo faz sentido repousa sobre uma base segura: nossa capacidade quase ilimitada de ignorar nossa ignorância. – Daniel Kahneman
Uma interpretação filosófica e bem fundamentada da ciência.
Comentá¡rios sobre o livro
O livro apresenta uma série de três palestras proferidas pelo Dr. Richard Feynman, em abril de 1963, na Universidade de Washington (Seattle).
O livro tem 3 partes. A primeira é uma ótima introdução à filosofia da ciência.
Na segunda ele comenta as relações entre a ciência e a religião e entre a ciência e a política, com ênfase na liberdade de pensamento e expressão.
Na terceira parte ele retorna com uma belíssima aula sobre a filosofia da ciência, um texto que faria muito bem a todas as pessoas, especialmente aos jornalistas, que têm a responsabilidade de interpretar e comunicar fatos para o público.
Alguns trechos selecionados e que merecem reflexão:
Existem grandes ideias desenvolvidas na história do homem, e essas ideias não duram a menos que sejam passadas propositalmente e claramente de geração em geração.
O conhecimento não tem valor real se tudo o que você pode me dizer é o que aconteceu ontem.
Todo conhecimento científico é incerto.
A taxa de desenvolvimento da ciência não é a taxa em que você faz observações apenas, mas, muito mais importante, a taxa em que você cria coisas novas para testar.
Não há lógica em calcular a probabilidade ou a chance de que algo aconteça depois que aconteceu.
Ninguém entende o mundo em que estamos, mas algumas pessoas entendem mais que as outras.
A cada homem é dada a chave dos portões do céu. A mesma chave abre as portas do inferno. – Referindo-se ao uso da tecnologia para o bem ou para o mal.
Existem várias técnicas especiais associadas à prática de fazer observações, e muito do que é chamado de filosofia da ciência se preocupa com a discussão dessas técnicas.
Todos os outros aspectos e características da ciência podem ser entendidos diretamente quando entendemos que a observação é o julgamento final de uma ideia.
Na ciência, não há interesse nos antecedentes do autor de uma ideia ou em seu motivo para defendê-la.
A exceção testa a regra. Esse é o princípio da ciência. Se houver uma exceção a qualquer regra, e se isso puder ser provado por observação, essa regra está errada.
É surpreendente que as pessoas não acreditem que haja imaginação na ciência. É um tipo de imaginação muito interessante, ao contrário da do artista. A grande dificuldade é tentar imaginar algo que você nunca viu, que seja consistente em todos os detalhes com o que já foi visto, e que seja diferente do que foi pensado; além disso, deve ser definitiva e não uma proposição vaga. Isso é realmente difícil.
Repórteres e comentaristas de jornais – há um grande número deles que presumem que o público é mais estúpido do que eles, que o público não consegue entender coisas que eles [os repórteres e os comentaristas] não conseguem entender. – Richard Feynman
A nota do editor encerra com a mensagem: “Ouro puro, poesia pura, Feynman puro”. É verdade, também em minha pouco importante opinião. Ler os livros do Feynman é prazeroso como conversar com alguém inteligente.
O livro
Feynman, Richard. O Significado de Tudo: Pensamentos de um cidadão-cientista (The meaning of it all). Perseus Books. Reading, Massachusetts. 1998.
Compreender a contribuição – a divulgação das relações entre os indicadores permite que as pessoas, equipes e áreas percebam de que forma participam dos resultados da organização, trazendo um senso de pertencimento.
Aprimorar os processos – o acompanhamento dos resultados dos indicadores favorece o aprendizado e a busca de alcançar as metas, estimula a melhoria contÃnua dos processos.
Comparar com outros (benchmaking) – permite identificar boas práticas e estimula a melhoria e a troca de experiências.
O livro, embora interessante, difere dos anteriores [1, 2 e 3] na objetividade e enfoque prático. Assim, mais do que orientar à produção de gráficos e imagens visualmente comunicativos, o texto apresenta muitas curiosidades e chama a atenção para detalhes que tornam a observação do mundo mais interessante. Seja pela exposição feita por Galileu sobre as luas de Júpiter, seja pelas caracterÃsticas dos impressos com horários de trens e aviões ou, ainda, por analisar notações usadas para descrever passos de dança.
Não importa o que aconteça, a premissa moral operacional do design da informação deve ser que nossos leitores estejam alertas e cuidadosos; eles podem estar ocupados, ansiosos para seguir em frente, mas não são estúpidos.
Dados espalhados por páginas e páginas exigem que os visualizadores confiem na memória visual – uma habilidade fraca – para fazer um contraste, uma comparação, uma escolha.
As previsões são parte do processo para estabelecer metas adequadas. Se o processo está estável, podemos concluir que – se não fizermos nada – os resultados existentes serão mantidos ao longo do tempo. Assim, qualquer meta superior ao resultado atual representa algum progresso.
Se a previsão indica que os resultados irão piorar ao longo do tempo, como a produção de uma máquina que está envelhecendo ou a venda de um produto que está se tornando obsoleto, a meta para manter o desempenho atual já tem uma dose de desafio.
Dica: É importante que as projeções, quando representadas em um gráfico como continuidade de resultados já obtidos, sejam mostradas de uma forma diferente, por exemplo por uma linha tracejada ou uma barra de cor diferente (de preferência mais suave).
Silver, Nate. The Signal and the Noise: Why So Many Predictions Fail-But Some Don’t. The Penguin Press. New York, 2012. (Em inglês) – Que mostra os cuidados e perigos das projeções.