Net Promoter Score – Uma visão rápida

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O Net Promoter Score (NPS) [1] , introduzido em 2003 pela Harvard Business Review [1], é uma dos modos mais simples e eficazes de medir a percepção dos clientes.

O pressuposto da metodologia é de que, para avaliar a lealdade dos clientes  basta fazer uma única pergunta: “Qual é a probabilidade de você recomendar esta empresa para um amigo ou colega?”.

Após a coleta dos dados, são levantados os percentuais dos clientes que são possíveis detratores (escores entre 0 e 4), dos considerados neutros (escores entre 5 e 8) e dos promotores, que indicariam a empresa aos amigos e familiares (escores 9 ou 10), permitindo a categorização em três grupos:

Promotores

Estão satisfeitos com o produto ou serviço e divulgam positivamente a empresa

Neutros

Embora satisfeitos, não mostram estímulo para referenciar a empresa.

Detratores

Insatisfeitos, podem fazer propaganda negativa, prejudicando a imagem da empresa no mercado.

O resultado é obtido pela fórmula:

NPS = % de promotores – % de detratores

Os neutros são ignorados, por não influenciarem positiva ou negativamente o comportamento das pessoas.

A pior pontuação possível é -100 (se todos forem detratores e derem escores igual ou inferiores a 4) e a melhor é +100 (se todos forem promotores). A maioria das empresas tem pontuações entre 5 e 10 pontos, enquanto as melhores estão entre 50 e 80 [2]. Ainda que o NPS seja uma diferença de percentuais, o costume é apresentar o resultado como uma quantidade de pontos.

O NPS permite comparar tanto empresas como produtos e observar as variações ao longo do tempo. Um valor adicional pode ser dado pelo feedback qualitativo fornecido pelos respondentes. Então, é comum incluir um espaço para a resposta, não obrigatória, à pergunta aberta: “Qual é o motivo da sua pontuação?”.

employee Net Promoter Score
O employee Net Promoter Score (eNPS), que derivou do NPS, tem sido usado para medir o engajamento dos colaboradores de modo simples e eficaz. É obtido pela resposta a uma única pergunta: “De 0 a 10, qual a probabilidade de você recomendar um familiar ou amigo qualificado para uma vaga na empresa?” Ref.: BACHMANN, Dórian L. Indicadores de RH como Ferramenta de Gestão: obtendo e comunicando resultados. 1ª ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2023.

Exemplo de cálculo

Usando o formulário

Por favor, marque de 0 a 10, a probabilidade de você recomendar a ACME para um amigo ou colega.
012345678910
           
Qual é o motivo da sua pontuação?

uma pesquisa com 50 clientes obteve as seguintes respostas.

Por favor, marque de 0 a 10, a probabilidade de você recomendar a ACME para um amigo ou colega.
012345678910
623043725117

Portanto,

Detratores = 15 pessoas ou 30,0%

Neutros = 17 pessoas ou 34,0%

Promotores = 18 pessoas ou 36,0%

NPS = Promotores – Detratores

NPS = 36,0 – 30,0 = 6,0

Logo, a empresa obteve um NPS de 6 pontos, considerado bom, mas com bastante espaço para melhoria.

As metas devem ser estabelecidas buscando sempre melhorar a série histórica, lembrando que o desafio cresce à medida que os resultados melhoram.

Análise dos resultados

A análise deve observar dois aspectos:

1º – A comparação com os resultados obtidos anteriormente.

2º – Os aspectos, positivos ou negativos, que se repetem nos comentários feitos pelos respondentes.

Em resumo

O NPS é uma métrica fácil de obter, por ser baseada em uma única pergunta. Embora não forneça tantas informações como outras metodologias, é eficaz para medir o efeito dos esforços para aumentar a satisfação dos clientes.

Referências

1. REICHHELD, F. F. The One Number You Need to Grow. Harvard Business Review, 2003. Disponível em: https://hbr.org/2003/12/the-one-number-you-need-to-grow. Acesso em: 15 janeiro 2021.

2. WEST, Mike. Net Promoter Score (NPS) Won’t Work for HR, Net Activated Value (NAV) Will. Julho de 2016. Disponível em https://www.linkedin.com/pulse/net-promoter-score-nps-wont-work-hr-activated-value-nav-mike-west/ Acesso em 14.5.24.

Nota[1] – NPS, Net Promoter e Net Promoter Score são marcas registradas da Bain & Company, Inc., Satmetrix Systems, Inc. e Fred Reichheld.

Conheça as sete características de um bom relatório de gestão

Imagem por Photo Mix em Pixabay 

À medida que a tecnologia simplifica e facilita a coleta de dados, a quantidade de informações entregues aos gestores cresce. Embora muitos administradores sintam-se afogados em um mar de números, outros acreditam que estão seguros e equipados para decidir justamente por contar com muita informação. Provavelmente, ambos estão errados.

No processo de gestão, o ponto fraco costuma ser a análise dos dados. Ter informações ou online não significa que as decisões serão melhores. Na verdade, muitas vezes a disponibilidade contínua de informações favorece análises mais frequentes e superficiais, com óbvios resultados negativos sobre a qualidade das conclusões.

Olhar uma tela de computador que fica pipocando os últimos números da organização é moderno, bacana e impressiona bem. Mas, infelizmente, é uma péssima maneira de se informar. Sem a interpretação contextualizada dos dados em um relatório, dificilmente temos boas decisões.

Um bom relatório de gestão oferece os seguintes benefícios:

  1. Identifica desvios: Destaca as diferenças entre os resultados obtidos e as metas estabelecidas (gaps de desempenho), alertando para situações indesejáveis.
  2. Análise temporal: Mostra variações, tendências e relações entre os indicadores ao longo do tempo, fornecendo insights valiosos para as decisões.
  3. Benchmarking: Documenta os padrões de referência dos processos ou do setor, permitindo comparações com a indústria ou concorrentes.
  4. Clareza: Utiliza gráficos, tabelas e textos para apresentar informações de forma objetiva e fácil de entender.
  5. Contextualização: Explica as causas e contextos que influenciam os resultados, fornecendo uma visão mais completa; esclarece, por exemplo, se o estoque caiu porque a produção foi baixa ou porque as vendas foram elevadas.
  6. Recomendações: Oferece sugestões de ações corretivas e preventivas para melhorar os resultados.
  7. Visibilidade: Permite que a gerência compreenda os desafios enfrentados pelas equipes operacionais, mesmo sem estar envolvida no dia a dia da organização.

Um relatório de gestão bem estruturado favorece decisões informadas e eficazes, melhorando a gestão da organização. Portanto, além de investir em software e hardware, invista em humanware. Periodicamente revise o relatório para eliminar informações inseridas para uso eventual ou que foram úteis em algum momento específico e reorganize as informações, para facilitar o entendimento e as comparações.

O maior problema na comunicação é a ilusão que ela foi efetiva. – George Bernard Shaw

POST240601 de dez/20, atualizado em jun/24

Não é que o R$1,99 funciona?

Nossas decisões não são tão racionais como supomos. Entender como os clientes pensam ou reagem a determinadas informações pode trazer benefícios para o negócio.

O truque funciona

O expediente parece tão simples e todo mundo conhece. Um estudo feito nos Estados Unidos comprovou que o consumidor de fato se sente beneficiado diante do falso desconto do nove – aquele usado nas lojas para vender produtos a 4,99 ou 9,99 reais.

A pesquisa concluiu que a estratégia funciona não apenas para valores quebrados nos centavos, mas também para preços inteiros terminados em nove, como 39 ou 49.

Como a pesquisa foi feita

Os pesquisadores americanos produziram e distribuíram três versões de um mesmo catálogo de produtos, com o detalhe de que um dos itens apresentava, em cada versão do prospecto, preço diferente (44, 49 e 54 dólares). O resultado foi que os “clientes” que receberam o catálogo com o preço de 49 dólares fizeram 50% mais pedidos do produto.

Reflexão

Em teu negócio os preços são apresentados racionalmente, de forma arredondada, ou faz uso da psicologia e usam a regra do falso desconto, como os valores terminando em nove?

Nota: Texto reproduzido da Revista Veja, 19 de janeiro de 2000. p. 126.

POST160527 de mai/16, revisado em jun/24